A primeira vez que li Para Todos Os Garotos Que Já Amei foi há anos atrás, enquanto eu ainda não tinha me mudado de cidade e tinha uma vida completamente diferente da que tenho hoje. Naquela época achava que as temáticas abordadas pela Jenny Han conversam muito com o que eu estava vivendo naquele momento e por isso consegui criar uma conexão tão forte com a Lara Jean e com a sua história. Mas não é que relendo tudo novamente e conhecendo o último livro eu consegui me identificar mais do que nunca com tudo o que estava escrito? Isso porque a Jenny Han fala de temas universais, fáceis de se identificar independe da sua idade, do momento da sua vida ou da sua história. Família, amor, autodescoberta, perda, escolhas e, principalmente, amadurecimento.

Agora e Para Sempre, Lara Jean, mais especificamente, fala sobre seguir em frente, sobre saber quando se deve dizer adeus, quando se deve arriscar ficar e, acima de tudo, que embora todo o fim seja uma perda ele também traz consigo todas as boas memórias do que ficou para trás. Como alguém que está no seu último ano de faculdade, fechando mais uma parte da sua vida e tendo que encarar de frente todas as incertezas do futuro eu consegui me relacionar mais do que nunca com a Lara Jean e com as suas inseguranças, escolhas e dúvidas. Não é atoa que esse tenha sido o livro da série que mais me emocionou e mais me fez sentir perto de seus personagens.

Eu já disse isso nas resenhas anteriores, mas não canso de falar que por mim eu ficaria para sempre lendo sobre a vida da Lara Jean. Eu amo como ela passa a mensagem de que você não precisa se moldar para atender as expectativas de ninguém. Você pode namorar o cara mais popular da escola e mesmo assim preferir ficar em casa, lendo um bom livro de pijamas ao invés de ir para festas, se é isso que você quer. Você pode ser a garota certinha e melhor da classe e mesmo assim ser melhor amiga da garota mais livre e rebelde de todas. Você pode ter ambições na vida e mesmo assim querer ficar na sua casa em sua pequena cidade pra sempre. E você pode mudar de opinião sobre tudo isso quando e se quiser!
A Lara Jean está longe de ser uma pessoa perfeita, não foram poucas as vez que quis entrar no livro e mandar ela acordar pra vida. Mas ela é apenas mais alguém que está apenas começando a viver e amadurecendo. Eu vejo muito de mim nela e realmente sinto como se tivesse ao longo desses três livros feito uma amiga através das páginas.

É claro que não tem como falar sobre a série sem falar sobre a família Song. É esse relacionamento do dia a dia das três irmãs e delas com o pai que fazem com que a história da Jenny Han se diferencie tanto de todos os outros livros do gênero. Isso é o coração dessa história e eu fico muito feliz que o relacionamento familiar tenha se mantido como a parte tão importante que é até o final. E eu gostei muito como as mudanças dos personagens refletiram diretamente no seu relacionamento dentro da família e como todos se adaptaram ao acréscimo da Trina para história, E preciso dizer novamente que a Kitty é uma das personagens de livro mais incríveis de todas, não tem como não admirar essa garota e incrível esperteza e maturidade dos seus comentários.

Mas não se enganem, esse livro é todo sobre a Lara Jean e o Peter. E, meu deus, como eu fiquei feliz de todas as maravilhosas, românticas, divertidas e apaixonantes cenas dos dois. A Jenny Han tem realmente um dom mais do que especial em transformar momentos simples e cotidianos em cenas de fazer o coração palpitar. Eu quase morri de tanto amor pelo casal!
Desde o primeiro momento essa série foi sobre os dois, sobre essa história de um primeiro amor que começou de uma forma completamente maluca, envolvendo duas pessoas completamente opostas que são perfeitas juntas, e foi incrível poder acompanhar o amadurecimento dos dois e do seu relacionamento. Tem algo de muito especial em como a autora conseguiu atingir nossa coração com um romance tão simples, tão leve, sem exageros ou melodramas, mas com relacionamento cheio de uma cumplicidade e momentos únicos que se aproximam demais da vida real. O Peter vai ser para sempre um dos meus maiores amores literários.

Falando sobre a autora, eu nunca vou superar como a Jenny Han consegue escrever com tanta naturalidade. Com poucas palavras ela te absorve completamente para dentro daquela história e te encanta com diálogos e situações que se parecem reais de verdade. Como eu disse, ela consegue transformar os momentos e comentários mais banais, mas simples e cotidianos em algo digno de te fazer suspirar, rir, chorar e se encantar. Acho que nenhuma outra autora ou autor que já tenha lido conseguiu me passar tamanha verdade na sua narrativa e tenha me feito sentir tão próxima dos seus personagens, como se realmente estivesse vendo tudo aqui se desenrolar na minha frente.

Ouvi muitas criticas de que apesar de bom, Agora e Para Sempre, Lara Jean não tinha razão real para existir. Mas eu não concordo, esse para mim foi o fechamento e adeus ideal para a história da Lara Jean, das suas irmãs e do Peter. Apesar de que o primeiro vai ser para sempre o meu grande favorito, esse foi sem dúvida o livro que mais me tocou e mais me emocionou (talvez tenha até chorado em alguns momentos).

E, como a própria Lara Jean nos ensinou, o que fica é a tristeza de saber que o nosso tempo com os personagens acabou, mas também a memória que dividimos e as lições que aprendemos. Depois de passar quatro dias submersa novamente na vida da Lara Jean o que ficou dessa vez foi a vontade de aproveitar o máximo das pessoas que estão do meu lado e sair por aí e viver, arriscar, fazer valer cada momento e ser o que quer que seja que eu queira ser. Essa é aquele tipo de história para carregar sempre com você e aquela para qual você pode voltar sempre que estiver precisando de um amigo.