Assim que vi 172 Horas na Lua pela primeira vez eu já me interessei. A capa, o título e a sinopse, tudo isso foi o suficiente para instigar a minha curiosidade ao máximo possível! Eu amo ficção científica e estórias inusitadas e convenhamos que uma estória que se passa na lua é bastante inusitada. Foi só depois do livro ter chegado que descobri que, além do suspense, ele também tinha um toque de terror. E tem uma coisa que vocês precisam saber sobre mim: eu fujo de estórias de terror. As poucas experiências que tive já foram traumáticas o suficiente. Então comecei a leitura muito curiosa sobre tudo, mas ao mesmo tempo morrendo de medo do que encontraria.

172 Horas na Lua tem um começo bem lento e um pouco entendiante em certos momentos já que Johan Harstad dedica praticamente a primeira metade de seu livro nos introduzindo aos seus três personagens principais: Mia, Antoine e Midore. Isso não seria um problema se o autor tivesse realmente aproveitado esses capítulos iniciais. O problema é que eu não consegui sentir uma ligação com nenhum dos personagens principais e por mais que o autor tente explicar todas as motivações dos seus personagens para aceitarem essa viagem à Lua, absolutamente todas elas são fúteis demais. A Mia é a protagonista que mais se destaca entre os três enquanto a Midori, por exemplo, se torna mais insignificante do que alguns dos coadjuvantes. 

Porém, assim que chegamos a segunda parte do livro, que se passa na Lua, o livro ganha um ritmo completamente diferente. A estória se torna muito mais interessante, viciante e com um ritmo mais fluído. É nesse parte do livro que as situações bizarras e assustadoras começam a acontecer. O problema é que eu não cheguei a sentir medo em nenhum momento. Fiquei um pouco surpreendida e assustada, mas medo mesmo eu não senti em nenhum momento. O que, considerando que eu sou uma das pessoas mais medrosas que existem, talvez queira dizer que tenhamos outro problema. Para mim, a razão pela qual as situações não me afetaram e não me causaram medo é que as coisas aconteceram rápido demais enquanto eles estavam na Lua. Não dava tempo de se importar com os personagens, de entender direito o que estava acontecendo e muito menos de sentir alguma coisa.

Mas isso não quer dizer que o livro não seja bom. A estória é super interessante e inusitada, além de ser tornar cada vez mais viciante com o tempo. Eu adorei a ambientação da Lua e toda a ideia do Johan Harstad sobre o que estava acontecendo lá. É bom pontuar também que, por mais que a grande maioria do que acontece seja ficção, o livro está cheio de informações reais e interessantes de se conhecer sobre a Lua e viagens espaciais como um todo. Outro detalhe muito legal é que a edição traz diversas imagens que completam o que se está sendo descrito.

Porém se vocês me perguntarem qual é o maior ponto positivo do livro eu com certeza diria que é a forma com que ele terminou. Existem duas reviravoltas que te deixa completamente perdida sobre o que realmente aconteceu e até agora eu simplesmente não entendi direito como e quando certas coisas aconteceram. Eu sei que isso parece algo negativo, e na maior parte dos livros seria mesmo, mas aqui isso completa perfeitamente a estória. Acreditem em mim, quando vocês lerem irão entender. 

172 Horas na Lua foi uma leitura completamente diferente do que eu estava lendo recentemente e uma experiência sem dúvidas muito interessante. O livro está longe de ser perfeito e possui um potencial para ser melhor do que realmente é. Mas qualquer amante de ficção científica e suspense vai passar horas incríveis dentro dessa estória.