Resenha: Desastre Iminente por Jamie McGuire
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Sinopse: Toda história tem dois lados. Em Belo desastre, Abby disse o que pensava. Agora chegou a hora de conhecer os fatos pelos olhos de Travis. Travis perdeu a mãe muito cedo, mas, antes de morrer, ela lhe ensinou duas regras de vida: ame muito, lute mais ainda. Tendo crescido em uma família de homens que gostam de jogos e lutas, Travis Maddox é um cara durão. Musculoso e tatuado, bad boy até o último fio de cabelo, ele leva uma mulher diferente para casa a cada noite. Até conhecer Abby Abernathy... Determinada a se manter longe de problemas, Abby resiste com todas as forças ao charme de Travis, sem saber que assim só o deixa mais determinado a conquistá-la. Será que o invencível Travis “Cachorro Louco” Maddox vai ser derrotado por uma garota?
Título: Desastre Iminente - Belo Desastre #2
Autor(a): Jamie McGuire
Páginas: 405
Editora: Verus
Avaliação: 3/5
Belo Desastre foi uma leitura surpreendente para mim, apesar de seus poréns, me conquistou e levou meus sentimentos ao limite, se tornado uma das melhores leituras do ano passado. Mas, infelizmente, minha experiência com Desastre Iminente não foi tão boa quanto, apesar de igualmente intensa.
Travis Maddox perdeu a mãe quando era muito pequeno e cresceu em uma casa cheia de homens e testosterona o que fez dele um carão durão, bom de briga e que não sabe lidar com sentimentos. Agora na faculdade, ele se sustenta participando de lutas secretas, onde é conhecido como Cachorro Louco, e se diverte levando uma garota diferente a cada dia para o sofá do apartamento que divide com seu primo Shepley. Mas quando ele acaba conhecendo a melhor amiga da namorada de seu primo, Abby Abernathy, tudo muda. Abby não cai nas suas investidas e evita Travis de todas as maneiras, só o deixando mais determinado a conquistá-la. E quanto mais ele a conhece, mas se fascina por Abby e mais determinado a tê-la ele fica.
O Travis é um personagem complicado porque tem inúmeras facetas diferentes e é bastante bipolar, ele oscila muito facilmente entre a raiva e a calma, tem seus momentos de ser carinhoso e protetor e outros de extremo descontrole emocional e agressividade. E a autora consegue que, pelo menos durante a leitura, o leitor também passe a ser bipolar e criar uma relação de amor e ódio com o personagem. Portanto não tem como ser coerente ao tentar explicar para vocês como eu me sinto em relação ao Travis.
O começo do livro foi extremamente difícil para mim porque é nele que o personagem mostra todo o seu machismo, me fazendo odiá-lo acima de tudo, e mesmo que esse sentimento perdure por todo o livro, o Travis conseguiu me tocar de outras maneiras. (Fiquei muito incomodada com a visão que autora passa de que, tirando a Abby, todas as mulheres gostam de ser usadas. Achei extremante desrespeitoso e generalizador demais.)
Ele faz muita burrada, é extramente descontrolado e possessivo o que não me faz cair de amores e nem suspirar por ele, porém existem aqueles momentos em que a sua vulnerabilidade aparece e tudo muda. Eu entendi muito mais o personagem nesse livro do que em Belo Desastre, nada justifica suas ações, é verdade, porém eu consegui aceitar e compreender mais os seus sentimentos. Ele conseguiu até mesmo me emocionar ao ponto de chorar.
Eu sei que parece estranho, mas é isso que o Travis provoca no leitor, essa confusão de sentimentos levados ao extremo. Eu sentia raiva das suas ações, me emocionava com seus sentimentos, sentia pena por causada do seu sofrimento, ficava com medo da sua possessividade e com raiva de novo, em ciclo que perdurou todo o livro.
Por outro lado, esse livro também mudou a minha visão da Abby completamente, deixei de gostar da personagem e passei a achá-la insuportável. O livro é muito mais focado nos sentimentos do Travis do que na Abby e até mesmo no relacionamento dos dois, mas mesmo assim ela continua sendo uma personagem importantíssima e presente.
A Abby pela perspectiva do Travis é irritante, egoísta, inconstante e com uma indecisão que chega a provocar ódio. O problema é que, diferentemente do primeiro livro, nós não vemos as motivações dela para agir daquela forma sendo impossível compreender e aceitar suas ações. Na maior parte do tempo eu tinha vontade de entrar no livro e dar uns tapas na cara dela, ainda mais do que na do Travis.
É interessante também acompanhar a forma que os sentimentos do Travis pela Abby se desenvolvem. E ainda mais assustador também. A Jamie McGuire tenta justificar os sentimentos deturbados do personagem e a sua obsessão com a Abby pela perda da mãe, o que funcionou muito mais aqui do que em Belo Desastre.
O Travis constrói sua vida em volta da garota e cria uma dependência brutal e assustadora dela, além do sentimento de posse que leva tudo a extremos ainda mais pertubadores. É tudo muito intenso, muito oito ou oitenta, tirando do relacionamento deles qualquer normalidade. Como disse na resenha de Belo Desastre, a relação da Abby e do Travis não causa inveja, ou suspiros e muito menos encanta, no máximo deixa a mensagem de que se você encontrar alguém como ele: CORRA! Mas mesmo assim acho válido e interessante acompanhar um livro que aborde esse tipo de relação.
Um ponto que me desagradou foi a falta de algumas cenas importantes de Belo Desastre. Entendo que a autora não queria ficar muito repetitiva, mas acho que algumas cenas cortadas eram importantes demais para construir uma conexão maior com o leitor. Por isso acho que é muito importante a leitura de Belo Desastre antes de começar Desastre Iminente, que considero mais como um complemento para quem já gostou da estória da Abby e do Travis.
Por outro lado a narrativa da Jamie McGuire continua contagiante e deliciosa de acompanhar. Ela captura a atenção do leitor de tal forma que mesmo querendo matar os personagens ainda fica impossível largar o livro antes de chegar no fim.
Como eu já esperava, ainda prefiro muito mais Belo Desastre por ter me envolvido mais e me emocionado mais que Desastre Iminente. Mas ainda acho válido poder acompanhar a estória pelos olhos do Travis e entender melhor seus sentimentos. Foi uma leitura que me levou ao limite no bom e no mal sentido, mas que não me arrependo nem um pouco de ter feito. Leitura obrigatória para qualquer um que, assim como eu, gostou de Belo Desastre.
- Um destes dias você vai se apaixonar, meu filho. Não se contente apenas com qualquer uma. Escolha aquela garota que não venha fácil, aquela que você tenha que lutar, e nunca parar de lutar. Nunca - Ela respirou fundo - pare de lutar pelo que você quer.
- Tem algo sobre ela que eu preciso. É só isso. É muito estranho que eu a ache incrível e não queira compartilhá-la? - Você não pode compartilhar o que não é seu.
Talvez isso fosse só comigo. Talvez isso fosse apenas entre eu e ela. Talvez estar juntos fosse esta entidade volátil, que quer implodir ou se fundir ao mesmo tempo. De qualquer forma, parece assim, no momento em que eu a conheci minha vida tinha virou de cabeça para baixo. E eu não queria que fosse de outra forma.
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