Resenha: Praga por Michael Grant

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Sinopse: Já faz oito meses desde que todos os adultos desapareceram. Eles sobreviveram a fome. Eles sobreviveram as mentiras. Mas os riscos continuam aumentando, e o horror distópico ainda se mantém. Contudo, apesar da inquietações latente deixadas para trás por tantas batalhas e lutas pelo poder, há uma calma momentânea em Praia Perdida. Mas os inimigos no LGAR não sumiram simplesmente, e tranquilamente as coisas mortais estão se mexendo, mudando e escapando. A Escuridão conseguiu encontrar o seu caminho na mente de seu Nêmesis e está controlando-o através de uma névoa de delírio e confusão. Uma doença fatal e altamente contagiosa, se espalha a uma velocidade alarmante. Sinistro insetos predadores aterrorizam Praia Perdida. E Sam, Astrid, Diana e Caine são atormentados por uma dúvida cada vez maior, será que eles vão escapar – ou até mesmo sobreviver – a vida no LGAR. Com tanta agitação em torno deles, que escolhas desesperadas eles terão que fazer quando se trata de salvar a si mesmos e aqueles que amam? 
Título: Praga - Gone #4
Autor(a): Michael Grant
Páginas: 392
Editora: Galera
Avaliação: 4,5/5

Contém spoilers dos livros anteriores. 
Acho que já ficaram cansativas as minhas resenhas dessa série. Em cada uma delas eu venho dizer como o Michael Grant é genial, cruel e capaz se se superar em cada livro. Mas não posso fazer nada quando essa é a realidade. Só não digo que esse é o melhor livro da série por muito pouco, mas mesmo com seus defeitos ele é espetacular. É realmente muito triste que essa série seja tão pouco conhecida no país.


As crianças do LGAR já sobreviveram a muita coisa, e agora estavam em uma relativa paz. A criatura morta viva que hora é Drake e hora é Brittney está presa, Caine está isolado na ilha e as crianças de Praia Perdida estavam se virando com as escassas fontes de comida. Mas nada bom dura muito tempo no LGAR.
A água está acabando e Albert acredita que há um outro lago em algum outro local que as crianças ainda não exploraram e pede para Sam, Jack, Taylor e Dekka irem procurá-lo.
Enquanto isso uma epidemia de gripe começa a se manisfestar, mas não é uma gripe qualquer. Ela é tão forte que as tosses fazem com que as crianças coloquem, literalmente, seus pulmões para fora. E, como se não fosse suficiente, uma estranha praga faz com que insetos gigantes nasçam de dentro do corpo das pessoas e façam seu caminho para fora comendo seu hospedeiro.

Pois é, vamos começar dizendo que o Micheal Grant se superou no quesito esquisitices nojentas nesse livro. E eu não sei como ainda fico surpresa com isso. Depois de ver canibalismo, torturas e tantas outras coisas eu realmente acreditava que estava preparada para tudo. Mas, novamente, puro engano. Não, nada pode preparar você para ver alguém ser esquartejado, tossir pedaços do pulmão para fora, ou pior, acompanhar insetos fazerem um caminho para fora do seu corpo.
E o pior é que o autor é extremamente cruel, ele faz questão de descrever todas as cenas com os mínimos detalhes e por mais que isso seja bom para entender perfeitamente o que está acontecendo, é terrível para o estômago de qualquer leitor. Sinceramente, acho que, apesar de tudo, esse foi o primeiro livro da série que me deixou enjoada e me rendeu pesadelos esquisitos. Mas não se enganem, nada disso é ruim. A crueldade é uma marca registrada dessa série e é maravilhoso ainda conseguir ser surpreendido no seu quarto livro.

Mas o pior é que a crueldade não para somente na parte física da estória, mas é ainda pior no peso emocional. Esse livro me deixou muito apreensiva porque eu não aguento mais ver essas pessoas sofrerem. Eu acho um milagre que ainda existam pessoas vivas nessa estória e não sei como elas vão conseguir se manter por mais dois livros.
Eu fiquei realmente muito triste durante o livro porque eu me liguei a muitos dos personagens e, como já disse, não aguento mais vê-los sofrendo, não aguento mais vê-los passando por situações tão repugnantes e terem que sobreviver em uma realidade tão miserável. Esse livro é repleto de desespero, um desespero emocional de pessoas que estão cansadas de lutar tanto e por tanto tempo, um grito de socorro que me atingiu de forma certeira.

Não sei como eu mesma vou sobreviver a mais dois livros, como vou conseguir ver esses personagens passarem por isso por mais tanto tempo. Mas é ainda pior perceber que não tem como essa estória ter um final feliz. Mesmo que todos os problemas físicos sejam resolvidos, como essas pessoas, essas crianças, vão apagar todas as memórias e superar todo o impacto emocional do aconteceu lá dentro do LGAR?
Como uma criança apaga da memória ter atirado em alguém? Ter matado alguém? Como se apaga da memória ter que comer a carne de um amigo para sobreviver? Como se apaga da memória a visão de alguém sendo comido de dentro para fora? E isso são só míseros exemplos.
Com isso quero mostrar que Michael Grant não escreve uma estória apenas de ficção e brutalidade, ele surpreende ao mergulhar tão fundo em seus personagens, a trabalhar de forma igualmente forte e brutal com seus sentimentos e é exatamente por isso que essa série, e Praga em especial, é tão dolorosa de se ler.

Praga retoma o ritmo mais acelerado de acontecimentos que vimos em Gone e consegue fazer isso mantendo, também, a profundidade implantada em seus dois últimos livros. O Michael Grant escreve uma estória viciante, literalmente impossível de se largar antes do final e que consome dominar completamente a mente de quem está lendo.
Já disse nas outras resenhas que adoro a narrativa do autor e a maneira como ele troca de pontos de vista. Depois de três livros já me acostumei com a mudança constante de narrador e com a maldade dele de cortar as cenas em seus momentos mais cruciais. Apesar de serem sempre livros densos de conteúdo, são leituras rápidas e com ótimo ritmo.

Meu problema com Praga foi que o livro não movimentou o a série em si. Sim, acontece milhares de coisas nele, mas não é nos dado quase nenhuma resposta e a trama central deu passos mínimos para seu desenvolvimento. Quando fechei o livro senti que apesar de toda a ação eu fui enrolada pelo Michael Grant durante toda a leitura e ele não me entregou nada de realmente valioso. Mas, apesar de tudo, o fato é que Michael Grant enrolando ainda é incrível, completamente acima da média. E tudo isso só me deixou ainda mais ansiosa pelo quinto livro.

Ler qualquer livro da série Gone é sempre uma tarefa difícil. É sempre um impacto muito grande para o coração e para o estômago e em Praga tudo isso foi levado a outro nível. Mesmo com seus defeitos, o Michael Grant criou uma série sensacional e que eu agradeço a todo momento por ter conhecido. Podem ficar tranquilos, porque Praga não vai decepcionar.

PS: Dois outros fatores que me fazem amar essa série: os títulos de uma palavra só que resumem perfeitamente tudo o que acontece e as capas nacionais lindas de morrer. Pena que os livros sejam caríssimos e eu não tenha os exemplares físicos. Quem topa uma campanha para fazerem uma promoção?
Uma voz incômoda em sua cabeça alertava para não ter esperança, para não esperar uma resposta boa. É o LGAR, dizia a voz. Ainda é o LGAR. Mas, depois de tanta dor, de tantas frustrações e de tantos horrores, certamente eles mereciam alguma notícia boa, não é? Certamente.
— Sam, você ainda é o líder. Sempre vai ser o líder. Não é uma coisa que você escolhe, é uma coisa que você é.
Nunca antes havia sentido aquela fúria rubra. Tinha odiado antes — havia odiado Drake. Tinha sentido medo antes — muitas, muitas vezes. Mas jamais se acreditaria capaz daquela fúria assassina.

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