Resenha: Reboot por Amy Tintera

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Sinopse: Quando grande parte da população do Texas foi dizimada por um vírus, os seres humanos começaram a retornar da morte. Os Reboots eram mais fortes, mais rápidos e quase invencíveis. E esse foi o destino de Wren Connolly, conhecida como 178, a Reboot mais implacável da CRAH, a Corporação de Repovoamento e Avanço Humano. Como a mais forte, Wren pode escolher quem treinar, e sempre opta pelos Reboots de número mais alto, que têm maior potencial. No entanto, quando a nova leva de novatos chega à CRAH, um simples 22 chama sua atenção, e, a partir do momento que a convivência com o novato faz com que ela comece a questionar a própria vida, a realidade dos reinicializados começa a mudar.
Título: Reboot
Autor(a): Amy Tintera
Páginas: 352
Editora: Galera Record
Avaliação: 4/5 

Apesar de já tem me interessado por Reboot bem antes dele até mesmo ser publicado por aqui, o que me fez começar a leitura foi a falta que estava sentindo de ler uma boa distopia cheia de bons momentos de ação. E terminei a leitura mais do que surpresa porque ele pode não ser o melhor livro do gênero que já li, mas é extremamente interessante e proporciona uma ótima leitura. 



Na realidade criada por Amy Tintera um vírus sem precedentes atingiu uma grande parte da população mundial e algumas pessoas, principalmente os jovens, conseguiram adquirir uma imunidade à eles. Mas esse tipo de imunidade é um tanto quanto diferente. Alguns dos infectados, quando morrem, voltam à vida "reinicializados". Os chamados Reboots, porém, não voltam como eram antes. Eles são mais fortes, mais rápidos e praticamente invencíveis, só morrem com um tiro na cabeça, do resto podem se curar rapidamente. Mas, o mais importante, é que quanto mais tempo eles demoram para voltar à vida, mais humanidade eles perdem no processo. Depois de uma revolta que matou muita gente e destruiu cidades inteiras, eles passaram a ser controlados pela CRAH, a Corporação de Repovoamento e Avanço Humano.
Wren ficou morta por 178 minutos e por isso não possui quase mais nenhum resquício de humanidade em si e, após cinco anos na CRAH, ela se tornou a arma mais poderosa e letal deles. Como uma 178 uma das suas funções é treinar os novos reboots e ela sempre escolhe os números mais altos. Mas desse vez foi diferente. Callum é apenas um 22, praticamente ainda humano, e age completamente diferente do resto. Ele não tem medo de Wren, faz muitas perguntas, é impertinente e irônico, tem sempre um sorriso no rosto e a desafia em tudo. Sem uma razão concreta ela acaba escolhendo Callum e isso vai mudar tudo.  

Eu fiquei muito surpresa com o quão rápido eu li Reboot, cerca de apenas três horas. O que pra mim exemplifica uma das principais características desse livro: ele é um entretenimento de primeira! A estória super interessante, os bons personagens, o enredo dinâmico onde sempre tem alguma coisa acontecendo, a narrativa ágil e a mistura certeira e bem balanceada de ação e romance fazem com que o leitor entre na estória de forma que nem percebe as 350 páginas passando. É interessante perceber também como mesmo com certas passagens pesadas e um quantidade bem considerável de ação, Reboot é um livro leve e divertido de se ler (Tem ótimas tiradas cômicas por sinal). 

Outro ponto que não posso deixar de comentar é a construção de mundo feita pela autora, esse é o livro de estréia da Amy Tintera e ela já conseguiu criar algo totalmente diferente e bem embasado. É até estranho pensar que isso é um tipo de releitura de zumbis porque os reboots não poderiam estar mais distantes de serem tal coisa. Eu simplesmente achei genial o seu conceito dos reboots, a maneira com que ela fez que os órgãos de poder se apropriaram deles como armas e os diversos questionamentos que ela deixa durante o livro que criam diversas pistas sobre como a existência deles é manipulada por quem está no poder. Como o que acontece quando os reboots passam para a idade adulta e simplesmente desaparecem ou, principalmente, como esse conceito de que eles não possuem humanidade ser apenas uma ferramenta para representar eles da maneira como desejam e os manipularem como bem entenderem. Eu só sei que estou mega ansiosa para saber um pouco mais e, mais ainda, saber as verdades sobre os reboots no próximo livro. 

Os personagens são tão interessantes quanto a estória em si, O que eu mais gosto sobre a Wren é que ela é uma personagem durona e não digo isso apenas por ela ser uma 178 que tem uma força física superior. Quando falo durona é porque ela é uma mulher que toma as rédeas e resolve tudo por si mesma e que não precisa de ninguém para se defender. Além de ser uma protagonista interessantíssima pelo seu plano de fundo como humana e por sua vida como reboot. 
Já o Callum veio para derreter nossos corações. Ele é simplesmente incrível, tem um humor sarcástico delicioso e é um dos personagem doce, atencioso e apaixonante. Eu amei o relacionamento dele com a Wren, gostei muito de como a autora sobrepôs dois personagens extremamente diferentes que se complementam, como ela construiu a relação dos dois aos poucos e como a doçura e o humor dos momentos deles contrapõem as cenas de ação e perseguição. 

Como eu disse, Reboot não é o melhor livro do gênero que já li, mas foi uma ótima e interessantíssima leitura que com certeza vai agradar qualquer fã do gênero. Apesar do final não terminar em um cliffhanger gigantesco, ele deixou um bom terreno para o segundo livro. E, falando nisso, quem, está com preguiça de trilogias pode ficar tranquilo, Reboot é um duologia e já tem o seu volume final lançado lá fora.
Ainda assim, eu nunca tinha pensado em mim mesma como um tipo de conforto para ela. Queria me recostar e curtir a sensação de ser necessária, sentir que alguém gostava de algo em mim, além do meu número e da minha habilidade em capturar criminosos.

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