Resenha: Liberta-me por Tahereh Mafi

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Sinopse: Liberta-me é o segundo livro da trilogia de Tahereh Mafi. Se no primeiro, Estilhaça-me, importava garantir a sobrevivência e fugir das atrocidades do Restabelecimento, em Liberta-me é possível sentir toda a sensibilidade e tristeza que emanam do coração da heroína, Juliette. Abandonada à própria sorte, impossibilitada de tocar qualquer ser humano, Juliette vai procurar entender os movimentos de seu coração, a maneira como seus sentimentos se confundem e até onde ela pode realmente ir para ter o controle de sua própria vida.
Título: Liberta-me - Trilogia Estilhaça-me
Autor(a): Tahereh Mafi
Páginas: 444
Editora: Novo Conceito
Avaliação: 4,5/5

Contém spoilers de Estilhaça-me
Estilhaça-me foi um livro que me surpreendeu bastante e que terminou de um jeito que prometia muito para o segundo livro e posso dizer que Liberta-me conseguiu superar o primeiro e evolui demais a estória se tornando uma das melhores distopias que eu já tive a oportunidade de ler.



Juliette agora sabe que não está sozinha, que ela não é a única com poderes mortais especiais no mundo, mas isso não torna tudo muito melhor. As pessoas do ponto Ômega têm medo dela, Adam está cada vez mais distante e estranho e ela não consegue fazer o que todos cobram dela: controlar o seu poder. Porém ela precisa tomar as rédeas da situação e logo, porque a guerra contra o grande líder do Restabelecimento está cada vez mais próxima e seu coração está cada vez mais confuso com a ligação dela com Warner. 

Confesso que a Juliette começou o livro extremamente irritante, ela só reclamava da sua situação como se fosse a pessoa mais infeliz e injustiçada da Terra e ok, a sua situação era uma droga, mas todo mundo do Ponto Ômega também tinha passado por situações terríveis e tentavam pelo menos pensar positivo e fazer alguma coisa para melhorar sua situação. E, ainda bem, com o decorrer do livro ela, com um empurrãozinho de alguns personagens, conseguiu se dar conta disso e se tornar uma personagem muito mais interessante. Isso porque é só a partir daí que passamos a conhecer mais dos novos personagens e a autora soube trabalhar muito bem tudo que os outros personagens tinham de bom e interessante para oferecer. Deixo como destaque o Kenji que, para mim, se tornou um dos personagens mais legais de toda a série

Contei para vocês na resenha do conto Destrua-me que passei a ver o Warner com outros olhos e agora não tem mais jeito, ele me conquistou. Porque, em primeiro lugar, não tem como não amar um personagem tão complexo como ele, quando cada vez que você descobre alguma coisa mais coisas para se descobrir aparecessem. E depois eu tenho que admitir que achei que Juliette teve uma química melhor com o Warner nesse segundo livro do que com o Adam que, infelizmente, ficou um pouco apagado e dramático demais. Porém nos últimos capítulos eu voltei a ter um pouco de raiva do Warner, mas depois da mudança que ele provocou em mim nesse livro não tenho mais certeza de nada em relação a ele. Mas é inegável o quão bem a autora conseguiu montar esse triângulo amoroso com algumas revelações super inesperadas para mim e uma dinâmica muito interessante. 

Volto a repetir o quão incrível é a narrativa da Tahereh Mafi, pode ser que algumas pessoas não gostem das repetições e dos riscados, mas eu acho genial a forma como essas ferramentas contribuíram para passar emoção para o leitor. A escrita é muito gostosa de ler e tem passagens tão bonitas que eu quase tive que marcar o livro inteiro pela quantidade de citações que eu gostei. 

A autora explorou bem mais da distopia, desenvolveu mais os poderes da Juliette como também dos outros personagens e criou ótimos conflitos e cenas de ação. Tenho algumas ressalvas quanto ao final - que não posso comentar porque é spoiler -, mas terminou de um jeito que está me deixando louca pelo próximo livro.

Para quem ainda não deu uma chance, essa é uma distopia de qualidade e imperdível que eu recomendo demais, se não for pela estória então que seja pela narrativa singular e incrível da Tahereh Mafi. Liberta-me passou longe da "maldição do segundo livro".


Vocês sabem que eu não sou muito de comentar sobre as capas, mas já que a capa de Liberta-me gerou um pouco de polêmica resolvi fazer um adendo aqui. Para quem não sabe as capas lá nos Estados Unidos mudaram completamente no estilo - que por acaso eu achei muito melhor, mas enfim - e entendo que isso gerou um problemão para a Novo Conceito. Mas acho que não custava nada fazer a capa com mais carinho e cuidado porque essa capa não dá gente, muito estranha. Torcendo para que relancem aqui com as novas capas.

Quantas vezes, ouço uma voz sussurrar na minha mente, quantas vezes você vai pedir desculpas por quem você é?
— Corra, eu disse a mim mesma. Corra até seus pulmões falharem, até o vento chicotear e estalar nas suas roupas esfarrapadas, até você ser um borrão que se mistura ao cenário. Corra, Juliette, corra mais rápido, corra até seus ossos quebrarem e suas canelas se partirem e seus músculos atrofiarem e seu coração morrer porque sempre foi grande demais para o seu peito e bateu rápido demais por tempo demais e corra. Corra, corra, corra até não conseguir ouvir os passos deles atrás de você. Corra até eles largarem seus tacos e seus berros se dissolverem no ar. Corra com os olhos abertos e a boca fechada e barre o rio que avança atrás de seus olhos. Corra, Juliette. Corra até cair morta
Fico assim fico em pé assim conto assim até a sensação sumir. Até as lágrimas pararem de jorrar, até meus punhos pararem de tremer, até meu coração parar de doer. Nunca há números suficientes.

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4 comentários

  1. AI MEU DEUS! AI MEU DEUS! AI MEU DEUS! Quase largando todos os livros que estou lendo para começar a ler Liberta-Me agooooora!

    Amei a resenha, Carol!

    Um beijão,
    Pronome Interrogativo.
    www.pronomeinterrogativo.com.br

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  2. Também fui bem surpreendida por Estilhaça-me. Eu já havia lido resenhas antes de ler, mas não dá pra não ficar :OO com o jeito que a Tahreh Mafi escreve, sabe?
    Sempre gostie do Warner - prefiro um mauzão que tem razões para ser assim (portanto e´um personagem complexo) a um bonzinho mimimzento.

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  3. Estilhaça-me é o tipo de livro que todos pensam ser chato, mas não é. Essas boas surpresas literárias.... tão legais.

    Recebi semana passada Liberta-me e estou curioso para ler! Tu acha a capa estranha? Eu até gosto dela, há melhores... mas ela é boa (pelo menos não é ninguém numa praia deserta, coisa que a NC adora).

    Abraços!

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  4. Gente quando vai sair o terceiro,estou ansiosa.

    Já li os dois agora quero ler o terceiro alguem sabe me disser.

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