Resenha: Através do Universo por Beth Revis
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Sinopse: Do outro lado do universo, um mundo inteiro os espera. Conseguirá sobreviver a essa incrível viagem?Amy deixou para trás seus amigos, seu namorado, seu mundo inteiro para se juntar aos pais a bordo da nave espacial Godspeed. Para a longa viagem, ela e seus pais foram criogenicamente congelados, esperando enfim acordarem em um novo planeta: Terra-Centauri. Porém, cinquenta anos antes do previsto, a câmara criogênica de número 42 é misteriosamente desligada, e Amy se vê forçada a sair de seu profundo sono de gelo. Alguém havia tentado matá-la. Agora, Amy está presa em um novo – e pequeno – mundo, onde nada parece fazer sentido. Os 2.312 passageiros a bordo de Godspeed são liderados pelo tirânico e assustador Eldest. Elder, seu rebelde sucessor, parece ao mesmo tempo fascinado por Amy e ansioso por descobrir nele mesmo tudo o que se espera de um líder. Amy quer desesperadamente confiar em Elder, mas será que ela deve colocar seu destino nas mãos de um garoto que jamais conhecera a vida fora daquelas frias paredes de metal? Tudo o que Amy sabe é que ela e Elder devem correr para desvendar os segredos mais ocultos de Godspeed, antes que o assassino tente matá-la novamente.
Título: Através do Universo
Autor(a): Beth Revis
Páginas: 406
Editora: Novo Século
Avaliação: 4/5
Através do Universo é um livro diferente de tudo que eu já li e que foi uma bela surpresa, tanto pela criatividade da história quanto pela intrincada e muito bem elaborada política que a autora criou para esse outro mundo que existe entre as paredes de metal dessa nave.
Logo no primeiro capítulo nós conhecemos Amy, uma garota de dezessete anos que vai ser criogênicamente(?) congelada junto com seus pais para daqui a 300 anos ser acordada em outro planeta. Seus pais são essenciais para essa missão só que ela poderia escolher ficar, mas, mesmo não querendo deixar toda a sua vida na Terra para trás, ela preferiu não deixar seus pais e ir junto.
Enquanto Amy está dormindo a apenas 50 anos de ser acordada, nós conhecemos Elder, o futuro líder da nave e que está sendo treinado por Eldest para tomar o seu lugar. Na nave existe uma população, que, ao decorrer do livro, percebemos estar em uma ditadura desde uma grande Peste que dizimou boa parte dos tribulantes. Só que, de repente a Amy é acordada antes por alguém que queria matá-la. E quando ela conhece essa vida na nave percebe que acontece algo de muito errado ali, as pessoas não demonstram sentimentos, são vazias, todos são iguais, Eldest governa pelo terror e mais congelados estão sendo mortos.
Amy é uma mocinha incrível, ela é corajosa, não é ingênua e luta até o fim pelo o que quer. Mas Elder já é um pouco diferente, ela começa sendo ingênuo e fraco, como ele mesmo acha que é, mas, ao decorrer do livro e dos acontecimentos, nós vemos a evolução do personagem em vários pontos de sua personalidade, se tornando o líder que ela é destinado a ser. Outra coisa que eu achei positiva nele é como ele respeita a Amy, dando espaço mesmo querendo estar cada vez mais perto. Outro personagem que me encantou foi Harley, achei ele doce e generoso, aquele tipo de personagem secundário que faz toda a diferença no livro.
O enredo é incrível, o universo político criado dentro da nave pela autora é muito inteligente além de como ela fez uma sociedade do futuro voltar quase ao primitivismo mesmo com tanta tecnologia a sua volta simplesmente pela forma de dominação que foi imposta a essas pessoas. É chocante ver até onde alguém pode ir para manter controle e poder, e o pior é pensar que isso não é muito distante de fatos que já aconteceram no nosso mundo e que, apesar de todos os métodos de dominação serem absurdos, no fim fazem sentido e funcionam e acho que esse vai ser um dos grandes pontos do enredo do segundo livro. Mas outra coisa que chama a atenção é que da metade do livro pra frente muita coisa acontece, muitas reviravoltas, que ás vezes ficam até meio óbvias, mas que de alguma forma ainda impactam. E quando a autora te faz acreditar que você sabe sobre tudo ela vem e revela todas as mentiras e mostra que na verdade você foi enganado perfeitamente junto com os próprios personagens.
A narrativa é alternada entre Amy e Elder, o que é muito interessante para esse livro em particular, porque ele precisa dessa visão mais ampla para funcionar. E outro ponto que foi muito bem usado foi os capítulos curtos, encaixados nos momentos certos e fazendo um grande diferença. A autora sabe colocar sentimento, ação e suspense em sua narração, mas o que me incomodou foi o ritmo lento do começo. Tudo bem que agente precisava de uma introdução a esse mundo que não conhecíamos, mas mesmo necessária, é cansativa. E pra quem procura romance, ele existe, mas não é muito explorado no primeiro volume, mas tenho certeza que a autora vai desenvolvê-lo muito mais nos próximos. E o final é surpreendente e deixa aquele gostinho de quero mais que me deixou louca pelo segundo livro da triologia que se chama Um Milão de Sóis e ainda não tem previsão de lançamento por aqui.
É um livro de ficção científica que se difere muito do que estamos acostumados a ver por aí nas livrarias, com um enredo muito rico e aquele clima de suspense que te instiga a cada página. Mais que recomendado.
Tudo está errado aqui. Estilhaçado. Quebrado. Como a luz. Como eu. Nunca pensei em como o céu era importante até não ter um. Estou cercada por paredes. Apenas substituí uma caixa por outra.
Minha respiração se acelera. Ela está na minha frente, tentadoramente perto. Amy morde o lábio e tudo o que quero fazer é agarrá-la, esmagá-la contra mim, sentir seus lábios contra os meus.
Aposto que quando Eldest posou para o retrato, estava apreciando a única coisa que eu não suporto sobre a vida a bordo da nave: o perfeito nivelamento de tudo. E é por isso que nunca serie um Eldest tão bom como ele é. Porque eu gosto de um pouco de caos.
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