Eu li Trono de Vidro simplesmente porque não aguentava mais ouvir tantos elogios ao livro e precisava conferir por mim mesmo se o livro era tudo aquilo que estavam dizendo. E eu fui completamente surpreendida por ele. Não esperava uma estória que me envolvesse tanto e que misturasse tão bem todas as suas facetas, não esperava um mundo tão bem construído e que envolvesse o toque de sobrenatural e, principalmente, não esperava amar tanto o livro. Então não é surpresa que eu tenha começado Coroa da Meia-Noite com expectativas tão altas e fico feliz de dizer que a autora conseguiu cumprir cada uma delas.

Foi só agora que realmente parei para ler a história da série Trono de Vidro e descobri que a Sarah J. Maas trabalhou mais de dez anos para que ela se tornasse o que podemos ler hoje. E todo esse tempo e todo esse trabalho é muito fácil de se notar durante a leitura. Na resenha do primeiro volume eu elogiei muito a criatividade da autora e a riqueza da realidade alternativa que ela criou, mas nesse livro eu notei outro ponto muito positivo da construção dessa estória. Dá pra perceber que toda o enredo do livro, e da série como um todo, segue um planejamento e sabe muito bem para onde está indo. A estória se foca um pouco em um núcleo de conflito, depois muda para outro incorporando as consequências do anterior, depois deixa um assunto pendente por um tempo enquanto se foca em outro... e é por aí que a Srah J. Maas vai contando a sua estória, de uma forma dinâmica, coerente e que mostra todas as suas - ótimas - facetas.  

E eu amo isso! Eu amo como tivemos um pouco de romance, depois mudamos para conflitos com maior suspense e maior ligação com a parte mítica da estória e como o próximo livro promete abordar uma parte completamente diferente do enredo e até mesmo desse mundo onde a Celena vive. 

Sendo assim, nós tivemos um pouquinho de tudo que aprendemos a amar em Trono de Vidro. Nós tivemos aquela Celena badass e maravilhosa com cenas de tirar o fôlego, mas também podemos ver muito do seu lado humano e também das suas características femininas que, como eu disse na resenha anterior, a torna muito mais real. Além disso também mergulhamos ainda mais na parte mágica e mística do enredo e incrível como a Sarah J. Maas consegue dizer muito e nada ao mesmo tempo, sinto que tem ainda muitas surpresas pela frente nesse sentido. E também tivemos muitas mais intrigas envolvendo a própria corte, os planos do Rei e principalmente os planos das pessoas que o querem fora do poder, o que acredito eu ser um núcleo de conflito que só tem a crescer dentro da trama. 

Mas, como de costume, queria tirar um pedacinho da resenha para falar do romance. Mas uma vez digo como amo que ele é super balanceado e coerente, sem nunca se tornar maior do que os conflitos super sérios que existem em Trono de Vidro. Mas o ponto é que tudo o que eu pensava no livro anterior mudou agora. Ficou bem claro que o amor da Celaena é o Chaol e, não me entendam mal, eu gosto do personagem, mas esse é um romance que não me dá frio na barriga, nem me comove como muitos outros fizeram e eu muito menos caio de amores pelo Chaol. Mas eu entendo a relação dos dois e não quero que isso mude. Mas eu ainda amo demais o Dorian como personagem e estou adorando o novo destaque que está tendo e a nova dinâmica que surgiu entre ele e a Celaena. Sinto que o Dorian vai crescer ainda mais e só quero que ele tenha um final feliz. 

É muito difícil falar sobre Coroa da Meia-Noite, porque o livro tem tanto conteúdo e tantos pontos positivos. Eu me surpreendo cada vez mais com a construção incrível dessa estória e com as diversas reviravoltas e descobertas que podemos ler em cada página. Trono de Vidro tem uma estória super rica, uma escrita cativante e uma das melhores protagonistas do gênero (apesar dela ter demorado mil anos nesse livro para descobrir a charada mais fácil do universo!). Eu praticamente devorei o livro e estou maluca pelos próximos porque tenho certeza que a série vai conseguir se tornar cada vez ainda melhor, mesmo que já possua a maior classificação que posso dar.

O resto do mundo se calou até virar nada. Naquele momento, depois de dez longos anos, Celaena olhou para o capitão e percebeu que estava em casa. 

Era difícil se importar,  percebeu ela, ao começar a caminhada de volta para o castelo. Incrivelmente difícil se importar quando não havia mais ninguém com quem se importar.