Resenha: Ordem por Hugh Howey

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Sinopse: E se a sobrevivência dos seres humanos dependesse do deslocamento de milhares de cidadãos para uma enorme cidade subterrânea, com gigantescas telas de TV transmitindo imagens desoladoras do mundo do lá fora, e ninguém fosse autorizado a sair?Esse é a história de Silo, a série escrita por Hugh Howey que desbancou Guerra dos Tronos na lista de livros de ficção científica mais vendidos na Amazon.com. No primeiro livro da trilogia, a heroína era Juliette, uma operária nascida nos subterrâneos do bunker. Nesse segundo volume, Ordem, a história volta a um período anterior, explicando como o mundo de Juliette foi transformado. O livro revela as decisões, tomadas por alguns poucos poderosos, que foram o estopim das bilhões de mortes que deixaram a humanidade em vias de extinção. Em uma narrativa que, assim como os personagens, fica a cada página mais claustrofóbica, confinada também pelo silo e suas severas regras de conduta, Hugh Howey cria um apocalipse absurdamente convincente, capaz de nos fazer pensar duas vezes ao ler os jornais e assistir ao noticiário.
Título: Ordem - Silo #2
Autor(a): Hugh Howey
Páginas: 512
Editora: Intrínseca
Avaliação: 4,5/5 

Silo está entre as minhas melhores leituras do ano passado. Eu simplesmente amei toda a realidade complexa e única criada pelo Hugh Howey, assim como a sua escrita envolvente e os seus personagens incríveis. Apesar de Ordem não ser uma continuação do primeiro livro, mas um tipo de spin-off, eu estava muito ansiosa por mergulhar ainda mais nesse universo e curtir mais quinhentas páginas de uma narrativa maravilhosa. E o autor conseguiu superar todas as minhas expectativas.


Eu gostei muito de como esse livro é construído através de diversas narrativas diferentes e tempos diferentes, mas que se interligam de uma maneira maravilhosa quando, no final, temos uma visão geral da obra. E, sério, a narrativa desse homem é tão singular e incrível que já na página quatro eu estava completamente imersa naquela estória e maluca sobre tudo o que estava acontecendo. Ainda falando da narrativa, eu gosto muito de como ele consegue ser descritivo sem ser entendiante, como ele consegue criar personagens incríveis e como ele escreve passagens completamente incríveis, cruas e sinceras. 

Juliette, que conhecemos no primeiro livro, foi uma personagem que me conquistou e me surpreendeu demais. E é por isso que eu comecei a leitura duvidando muito que o autor conseguiria se superar no quesito personagens. Mas ele fez um trabalho tão bom quanto. Não vou não falar quem é o protagonista desse livros por motivos de spoiler, mas preciso dizer que mais uma vez o Hugh Howey conseguiu criar um personagem por quem eu torcesse completamente e que, apesar de suas enormes falhas, me conquistou demais. 

Não vou dizer que não desconfiei de algumas coisas e descobri certos mistérios, mas de verdade é absolutamente incrível a maneira com que essa estória é repleta de plot twists. As reviravoltas, as ligações de fatos inesperadas, as descobertas, enfim, tudo faz do enredo dessa série um dos enredos mais bem pensados, planejados e construídos que já tive o prazer de conhecer na vida! E, como resultado, nós temos um mundo interessantíssimo de se conhecer e descobrir cada vez mais.

Mas tem apenas um problema em Ordem que não fez ele ser ainda melhor que Silo. No último terço do livro aparece um narrador que só é efetivo de se acompanhar até certo ponto e depois disso se torna algo completamente desnecessário. Se o autor o tivesse mantido até apenas o necessário esse segundo volume seria uma perfeição.

É muito difícil falar sobre Ordem, tanto por se tratar de uma continuação, mas, principalmente, por resultar em uma experiência de leitura que é impossível de se explicar em palavras. Só posso dizer que essa série é incrível, maravilhosa, única, absurdamente bem escrita e eletrizante. Em apenas uma palavra: leiam!
Seu pai disse que era esperança que fazia as pessoas sentirem isso, não medo. As pessoas falavam que o fim estava próximo com sorrisos mal disfarçados. Eles rezavam para que, quando morressem, não fossem sozinhos. A esperança era de que ninguém tivesse a boa sorte de vir depois deles e viver uma vida feliz sem eles.

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