Resenha: Laços Inseparáveis por Emily Giffin
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Sinopse: Marian Caldwell é uma produtora de televisão de 36 anos, vivendo seu sonho em Nova York. Com uma carreira bem-sucedida e um relacionamento satisfatório, ela convenceu todo mundo, inclusive si mesma, que sua vida está do jeito que ela deseja. Mas uma noite, Marian atende a porta... para apenas encontrar Kirby Rose, uma garota de 18 anos com a chave para o passado que Marian pensou ter deixado para trás para sempre. Desde o momento que Kirby aparece na sua porta, o mundo perfeitamente construído de Marian — e sua verdadeira identidade — será chacoalhado até o fim, fazendo ressurgir fantasmas e memórias de um caso de amor apaixonado que ameaça tudo para definir quem ela realmente é. Para a precoce e determinada Kirby, o encontro vai provocar um processo de descobrimento que a leva ao começo da vida adulta, forçando-a a reavaliar sua família e seu futuro com uma visão sábia e doce. Enquanto as duas mulheres embarcam em uma jornada para encontrar o que está faltando em suas vidas, cada uma irá reconhecer que o lugar no qual pertencemos normalmente é onde menos esperamos — um lugar que talvez forçamos a esquecer, mas que o coração se lembra eternamente.
Título: Laços Inseparáveis
Autor(a): Emily Giffin
Páginas: 448
Editora: Novo Conceito
Avaliação: 4,5/5
Laços Inseparáveis conta uma estória real - bem, tão real quanto uma estória fictícia pode ser -, com personagens que saltam das páginas e criam vida de tão críveis e que, apesar de não ser excepcional, envolve e comove o leitor.
Marian tem o pressuposto de uma vida perfeita, vive em uma bela cobertura em NY, é roteirista de uma série relativamente de sucesso e namora um dos seus chefes, um homem bonito, bem sucedido e que a ama. Só que ela guarda um segredo que a atormenta todo dia, uma parte da sua vida que ela não divide com ninguém (só sua mãe sabe), um segredo que traz muitas lembranças, arrependimentos e vergonha.
Kirby sempre soube que foi adotada e nunca tinha tido problemas com isso, sempre foi muito amada pelos pais e pela irmã mais nova. Só que conforme crescia ela ela foi, cada vez mais, achando nela características e defeitos que nem ela mesma e muito menos os seus pais conseguiam explicar. De repente ela teve uma necessidade de saber quais foram as pessoas que a fizeram, de entender de onde veio para então entender quem era.
A adoção não é um tema muito comum em livros, assim como ter a família como tema principal, e nesse a autora aborda esse temas de forma natural e tocante, bem realista. Mas esses não são os únicos assuntos da estória, o que me encantou ainda mais foi que a Emily conseguiu colocar ainda em pauta a adolescência e as dúvidas comuns dessa época, o primeiro amor e a dificuldade de se aceitar, admitir as partes que você não gosta e não se orgulha de si mesmo.
Não posso dizer que adorei as protagonistas, talvez pelo fato delas apresentares diversos defeitos, mas mesmo assim consegui me identificar bastante com ambas em certos aspectos. Marian tem o claro problema de se impor e tomar as próprias decisões e muitas vezes age de forma imatura. Já a Kirby tem uma personalidade bem forte, mas em contraponto a achei dramática demais em algumas atitudes. Acho que só me apaixonei mesmo por um personagem, que acho melhor não falar quem para não estragar algo que para mim foi uma surpresa.
Foi meu primeiro livro da Emily Giffin e gostei muito da escrita da autora, a leitura é fluída e consegue transmitir para o leitor os sentimentos dos personagens, outro ponto positivo foi que ela conseguiu passar o receio e a estranheza da situação nas conversas de Marian e Kirby. O final desagradou muita gente, pelo que vi em algumas resenhas, por ser tão aberto e abrupto e eu não sei se a autora tem a intenção de fazer um segundo livro para a estória, mas, mesmo se não tiver, não achei o final ruim. É claro que deixa os leitores sem algumas respostas, mas eu consegui captar qual seria o rumo dos personagens dali para frente e, por mais que algo mais detalhado teria sido melhor, gostei do final.
Em meio a tantos livros de ficção e fantasia, é uma delicia se deparar de vez em quando com estórias do dia a dia, verdadeiras e que te comove sem ter pretensão nenhuma disso. Laços Inseparáveis é um livro sobre as relações que estabelecemos com as pessoas a nossa volta e que de uma forma bem simples me encantou. Indico demais.
Eu sei o que dizem sobre segredos. Sei tudo o que se diz a respeito. Que eles podem assombrar e perseguir você. Que podem envenenar relacionamentos e dividir famílias. Que, no final, somente a verdade pode libertar.
Eu quase senti o gosto da vergonha e ressentimento, da amargura e da raiva. Pude sentir o ódio e a repugnância. Podia ouvir um infindável “e se”.
Você pode fugir, mas não pode se esconder.
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