Resenha: Trocada por Amanda Hocking

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Sinopse: Quando Wendy Everly tinha seis anos, sua mãe foi convencida de que ela era um monstro e tentou matá-la. Onze anos mais tarde, Wendy descobre que sua mãe poderia estar certa. Ela não é a pessoa que ela sempre acreditou ser, e toda a sua vida começa a ser desvendada. Tudo por causa de Finn Holmes. Finn é um cara misterioso e parece estar sempre olhando para ela. Cada encontro deixa Wendy profundamente abalada. Mas não é muito antes de ele revela a verdade: Wendy é uma changeling que foi trocada ao nascer e ele veio para levá-la de volta para casa. Agora Wendy sobre a viagem a um mundo mágico que ela nunca soube que existia, um que é ao mesmo tempo bela e assustadora. E onde ela deve deixar sua antiga vida para trás para descobrir qual será o seu destino.



Título: Trocada - Série Trylle 
Autor(a): Amanda Hocking
Páginas: 320
Editora: Rocco
Avaliação: 2/5

Apesar de estar um pouco cansada de novas tramas sobrenaturais, a premissa de Trocada é tentadora afinal   a autora escolheu um tema que nunca imaginei para livros YA: trolls. Porém, infelizmente, a originalidade parou por aí, com uma estória cheia de reviravoltas já batidas e uma narrativa inconsistente e cheia de falhas, o que salvou a leitura foram a criação dos personagens e o romance principal. 


Wendy nunca foi considerada "normal", tanto que já quase foi morta pela sua própria mãe quando tinha seis anos, ela é agressiva, rebelde e cheia de manias incomuns. Porém tanto seu irmão Matt quanto sua tia Maggie defendem que ela sempre foi somente uma garota de gênio forte e a amam e protegem demais para tentar compensar o trauma causado pela sua mãe. Por isso eles vivem mudando de cidade, já que Wendy sempre acaba de sendo expulsa por se envolver em brigas.
Agora com quase dezoito anos, eles estão nessa nova cidade, onde ela está até conseguindo fazer uma amigo, Patrick, mas também existe Finn, um garoto misterioso que parece sempre estar de olho nela. Tudo se torna ainda mais complicado quando ele se revela um tipo de buscador, que veio levá-la de volta para sua família de verdade, já que ela é uma Trylle e como todos os outros de sua raça foi trocada por um bebê humano quando era bebê. Assim Wendy descobre que sua mãe esteve sempre certa e que ela pertence a um mundo cheio de poderes e responsabilidades que ela nunca imaginou. 

O grande problema para mim do livro foi a criatividade da autora na hora de desenvolver sua estória. A premissa parece bem original quando se lê a primeira vez, mas conforme se começa na leitura percebe-se os clichês de livros sobrenaturais, como se fosse mais do mesmo. Em certos pontos eu encontrei muitas semelhanças com outros livros, como a troca de bebês que me recordou muito o livro Substituto da Brenna Yovanoff (resenha aqui) e depois a dinâmica, na segundo metade do livro, do casal principal me trouxe várias vezes na cabeça a relação de Dimitri e Rose da série Vampire Academy. Outra característica da narrativa da autora que me incomodou foi como ela não desenvolvia os conflitos de forma completa, ela jogava um conflito para que alguma coisa se revelasse e depois ela dava uma resolução qualquer - e normalmente pouco coerente - para poder seguir logo em frente, ou seja, faltou planejamento. Tudo isso, juntamente com o excesso de repetições (ela descreveu o cabelo de Wendy umas cinco vezes) e as divagações desnecessárias da personagem (ás vezes eu me cansava e pulava um ou dois parágrafos e não fazia diferença nenhuma), deixou a narrativa sem fluidez apesar dela ser bem simples e fácil.

O que deveria ser o grande destaque, que são os trolls, ficou em segundo plano e na realidade não apresentou novidade nenhuma. Achei a mitologia muito fraca e sem nada que encantasse ou te prendesse, além disso a falta de explicações que eles se recusavam a dar para Wendy - tudo era "não posso falar agora", sério me tirou a paciência - me deu mais um motivo para achar tudo mais do mesmo. 

O que realmente me fez continuar a leitura até o fim foi o romance entre Finn e Wendy. Sim, eu adoro romances e não posso negar que esse, como quase todos presentes em livros sobrenaturais, me encantou e obrigou a saber qual seria o fim do casal. Outro ponto que eu achei positivo no livro foram os personagens - tantos os principais quanto os secundários. 

Diferentemente do que a autora tenta nos passar, Wendy não passa todo esse ar de rebeldia e violência que todos alegam que ela tenha, porém ela é uma pessoa inquieta, instintiva, mimada e é fraca, não consegue impôr sua personalidade tanto para os personagens como também para os leitores. Finn tem todo aquele atrativo de mocinho de livro YA: é misterioso, charmoso, parece gostar da mocinha mas não demostra só a protege com a própria vida, etc... por isso mesmo não tem como não gostar. Os personagens secundários são encantadores, como Rhys e Matt, e outros misteriosos e interessantes, como Tove e Elora. 

Apesar de estar um pouco cansada do gênero sobrenatural, não foi esse o motivo por eu ter desgostado tanto do livro - por exemplo, eu amei Die For Me da Amy Plum (resenha aqui) que li no final do ano passado. Talvez se tivesse lido Trocada dois anos atrás teria gostado mais, só que agora, depois de ler tantos livros bons e mais maduros, a falta de novidades e incoerência da narrativa me deixou pouco motivada para ler os próximos dos livros. Não que vocês não devam dar uma chance para o livro, porém para mim não deu. 
Mas ele era um canalha, o que não lhe dava o direito de me fazer sentir tão oscilante sobre ele. Eu tinha encontrado muitos idiotas na minha vida, e alguns caras agradáveis, e nenhum deles tinha tido esse efeito sobre mim.
- Não, eu entendo. Eles são a sua família também. - Rhys insistiu. - Eles amam você e você a eles. Isso é o que é família, certo? - Isso foi exatamente o que eu precisava que alguém me dissesse por muito tempo, eu segurei a sua mão em gratidão.

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