Filme X Livro: A Menina Que Roubava Livros

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A Menina Que Roubava Livros, do Markus Zusak, é, sem dúvida, um dos livros mais famosos e mais amados que conheço e é por isso que a sua adaptação era um dos filmes mais esperados desse ano. Eu terminei de ler o livro no mesmo dia que assisti ao filme e por ter amado tanto a estória de Zusak eu não poderia ter ficado mais satisfeita com a adaptação. 


Lieses Meminger (Sophie Nélisse) viu seu mundo desmoronar aos poucos, nas vésperas da Segunda Guerra Mundial na Alemanha, sua mãe decidiu entregar ela e seus irmão para uma família adotiva e a garota acaba tendo que ver seu irmão morrer no trem que os levava para sua nova casa. É no seu enterro que ela rouba seu primeiro livro. Mesmo com toda a sua tristeza, Liesel encontra conforto em sua nova família, com seu pai amável e dedicado e sua mãe que tinha um grande coração apesar ter um temperamento difícil e irritadiço e com seu novo amigo Rudy. Mas foi nas palavras que ela realmente encontrou conforto assim que seu pai começou a ensina-la a ler. Só que não era fácil viver na Alemanha nazista, ainda mais quando seus pais decidem ajudar um judeu a se esconder e a sobreviver. 

Por ter lido o livro no mesmo dia em que vi o filme posso afirmar para vocês que a adaptação está a mais fiel possível. É claro que o filme não substitui o livro e não chega nem perto de ser melhor que ele porque é impossível passar para as telas a singularidade da escrita do Markus Zusak. A Menina Que Roubava Livros tem uma narrativa quase poética, que preza a calma para contar a estória de Liesel com todos os seus detalhes, conseguindo, assim, tocar lá no fundo de quem está lendo. É até mesmo difícil explicar como é peculiar a narrativa do Suzak e, exatamente por isso, é impossível manter essa caraterística no filme.

É claro que existem diferenças, cenas cortadas, eventos misturados e menor tempo para o desenvolvimento da estória, mas isso é algo que sempre vai acontecer quando se transforma um livro em um filme. São mídias completamente diferentes onde uma estória que eu li em três dias precisa ser resumida em duas horas. Mas o importante é que está tudo ali, eles podem ter mudado como algo acontece, mas a sua consequência e a sua importância para a estória são as mesmas. Eu, sinceramente, não poderia estar mais feliz com a fidelidade do filme com a sua obra original. Eu colocaria, nesse quesito, A Menina Que Roubava Livros e Em Chamas no mesmo patamar.

Eu nunca tinha visto a Sophie Nélisse atuando e fiquei muito feliz com ela no papel da Liesel. Ela conseguiu captar e passar perfeitamente para quem está assistindo todas as emoções da personagem. Fiquei realmente impressionada com a maneira com que ela conseguia passar toda a tristeza, raiva e alegria da Liesel apenas com suas expressões faciais. A Sophie Nélisse conseguiu criar uma protagonista carismática, doce e emocionante. 
Tanto lendo o livro quanto assistindo ao filme eu cheguei a mesma conclusão de que o Hans, pai adotivo da Liesel, é o melhor personagem da estória e o Geoffrey Rush ficou perfeito no papel. O Hans é um personagem forte, gentil, sábio e que tem um amor imenso pela Liesel. É impossível não se comover com o que ele representa para garota e como ele é um pai - e um homem - incrível.

A Rosa, mãe adotiva da Liesel, é uma personagem complicada de passar para as telas. Ele é grossa, mal-humorada e xinga qualquer pessoa o tempo todo, mas, no livro, você percebe que isso é apenas uma fachada e que apesar de tudo ela tem um bom coração. Porém é difícil manter essas características e passar a mesma impressão quando se transporta a estória para um filme e talvez seja exatamente por isso que a Rosa da  Emily Watson foi um pouco mais amenizada. Não digo que não gostei, mas sim que senti falta de alguma coisa.

A estória da Liesel é emocionante, forte e triste, mas com um beleza contrastante e o filme traz todas essas características. Sinceramente eu acho que chorei mais no filme do que livro, talvez porque ver tudo aquilo acontecendo de verdade seja muito mais chocante, ou talvez porque fiz tudo no mesmo dia e as lágrimas simplesmente se acumularam. O fato é que apesar de perder a narrativa emocionante do Zusak, o filme ainda é tocante da sua própria forma. 

Muita gente reclamou do fim corrido do filme e eu preciso concordar que uma ou duas cenas a mais seriam muito bem vindas para fechar melhor a estória, porém acho que ninguém se lembra que o livro não é muito diferente. Na realidade, todas as cenas finais do livro estão, sim, presentes no filme. Então isso pode ser sim considerado um ponto negativo do filme, mas o fato é que os roteiristas estavam apenas sendo fiéis ao livro.

A Menina Que Roubava Livros é um estória linda e que, para mim, foi muito bem representada no cinema. Eu aconselho a vocês que leiam o livro, antes ou depois de ver o filme, porque nada substitui a experiência de conhecer essa estória através da narrativa singular e tocante do Markus Zusak. Mas como adaptação e como filme eu não poderia estar mais feliz com o que vi no cinema.

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