Resenha: Mentes Sombrias por Alexandra Bracken

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Sinopse: Quando completa 10 anos, a garota Ruby vê sua vida mudar completamente. Além do medo de ser vítima de um vírus fatal que ataca apenas as crianças, ela é rejeitada por seus pais, que a entregam para a polícia especial. Seu destino é Thurmond, um campo de reabilitação criado pelo governo norte- americano para cuidar dessa geração que possui algo diferente e ameaçador: são crianças com habilidades especiais. Elas podem controlar pessoas e objetos só com o poder da mente. Consideradas perigosas, vivem à margem da sociedade. Mas, aos 16 anos, Ruby consegue escapar de Thurmond e muda o seu destino, ao lado de novos amigos, fugitivos como ela: Liam, Zu e Bolota. Juntos, os quatro vivem as mesmas dúvidas, medos e inseguranças. Enquanto enfrentam uma realidade assustadora, fugindo de caçadores de recompensa, da polícia e da Liga das Crianças, uma organização que quer se aproveitar dessas habilidades infantis, eles tentam encontrar o Fugitivo, um líder misterioso que oferece abrigo e ajuda às crianças
Título: Mentes Sombria - The Darkest Minds #1
Autor(a): Alexandra Bracken
Páginas: 576
Editora: ID
Avaliação:  5/5

Mentes Sombrias é um livro que não teve muita atenção por aqui, mas foi, ao mesmo tempo, o grande destaque dos vlogs literários lá fora e depois de ouvir tantas maravilhas sobre ele não tinha como continuar adiando a leitura. E, meu deus, esse livro é incrível! The Darkest Minds tem, com certeza, a maior das chances de virar a minha distopia favorita.



Poucos meses antes de Ruby completar 10 anos, o seu país foi atacado por uma praga misteriosa que matava crianças entre 10 e 14 anos. Muitas crianças morreram, mas elas não eram o real problema, o problema foram aquelas que sobreviveram. Os que sobreviveram as pragas desenvolveram perigosas habilidade mentais que ameaçavam a todos. Foi por isso que, no seu aniversário de 10 anos, Ruby foi entre a polícia e levada a Thurmond, um cruel campo de concentração para aqueles que são como ela. Ruby viveu seis anos de forma miserável nesse acampamento até que, de repente, vê uma possibilidade de fuga. O que ela não sabia é que a vida lá fora poderia ser ainda pior do que a que levava dentro da Thurmond.

Foi absurda a maneira com que, logo nas primeiras 10 páginas, a Alexandra Bracken conseguiu me envolver na sua estória. O realidade criada pela autora é simplesmente fascinante, seja pela ideia de misturar de uma forma tão diferente a ficção científica com uma realidade distópica ou pela crueldade desse mundo que nos é apresentado. A narrativa, logo no começo, viaja entre o passado e o presente conseguindo, assim, intrigar o leitor e fazer com que toda a jornada da sua protagonista seja extremamente sedutora. Eu achei simplesmente genial toda a sociedade criada pela Alexandra Bracken, com todas as suas regras, características e motivações. 

Mentes Sombrias é um leitura densa, tanto porque tem uma grande quantidade de páginas como também porque acontece muita coisa nesse primeiro volume. E quando eu digo muita coisa, eu não estou brincando. É absurdo perceber o quando a estória avança e como ela fica cada vez melhor a cada capítulo, o enredo é cheio de reviravoltas, cenas de ação e uma tensão constante que faz jus ao "sombrias" do seu título. A Ruby vive em um mundo onde, literalmente, você não pode confiar em ninguém e onde nenhum lugar onde ela vá é seguro e isso é muito cruel de se ver. Por exemplo, eu não acho que o fato de a Thurmond lembrar um campo de concentração nazista seja uma coincidência. Admiro demais a Alexandra Bracken por ter coragem de escrever uma estória que não floreia a realidade - mesmo que seja uma realidade inventada - onde crianças sofrem tanto e por algo que não possuem nenhuma culpa. 
É realmente surpreendente perceber que apesar do grande volume de páginas a leitura de Mentes Sombrias é ágil. Isso se deve ao ritmo constante e rápido, pela quantidade certeira de cenas de ação e pelas reviravoltas deliciosas de acompanhar. É aquele livro impossível de largar antes de chegar no final. 

Eu gostei muito da Ruby e principalmente porque ela cresceu demais durante o desenrolar da estória. No começo nós temos essa adolescente de 16 anos que está presa na mesma insegurança e no mesmo medo que tinha aos 10 anos e que, por mais que tenha sofrido muito na vida, tem medo de tudo e de todos. Já no final nós temos alguém que aceita a sua natureza e suas habilidades, que sabe o que fazer para sobreviver e que não mede esforços para fazer o que é certo. A Ruby não é uma personagem perfeita, ela faz milhares de besteiras pelo caminho, mas isso não tira sua força como protagonista. Eu aprendi a admirá-la cada vez mais e sinto que isso vai continuar acontecendo nos próximos livros. 

Porém o melhor personagem do livro é, sem dúvida, o Liam. Desde o primeiro momento em que ele apareceu eu já sabia que ia amar o personagem e eu não poderia estar mais certa. O Liam é um líder, ele é uma das únicas "crianças" que não quer sua vida antiga de volta, mas sim salvar todos aqueles que ficaram para trás. Ele se sacrifica pelos outros, tenta de todas as formas fazer o que é certo e morre um pouquinho por dentro todas as vezes em que falha. É difícil explicar a carisma que o Liam tem, a única coisa que posso dizer é que não tem como não amar o personagem e admirar tudo o que ele faz. É simplesmente tão injusto que ele sofra tanto. 

O Bolota é o alívio cômico do livro - muito bem vindo no meio de tanta tensão -, mas não pensem nem por um minuto que ele não é inteligente, pelo contrário. O Bolota é um personagem incrível, com seu mau-humor e suas manias, ele tem uma habilidade interessante de perceber as coisas de uma maneira completamente diferente, com o passar do livro não tem como não se apegar a ele. 
Já a Zu é uma personagem fofa e que representa a parte mais emocional da estória. O livro não seria o mesmo sem ela. 

A Alexandra Bracken consegue, de uma forma muito singular, despertar os mais diferentes tipos de emoções. Os que mais se destacam entre todos é choque em frente tanta crueldade e a tensão praticamente permanente, mas o mais interessante é que ás vezes, no meio de todo aquele furacão de acontecimentos, a autora consegue criar momentos extremamente doces e tocantes, sendo esses os mais especiais do livro. O final seria o maior de todos os exemplos. Acho que até agora não aceitei o que aconteceu, toda vez que penso nele ás lágrimas voltam com toda a força e confesso que estou morrendo de medo do que eu vou encontrar no segundo volume. 

Mentes Sombrias é uma distopia genial, eu não esperava encontrar uma estória tão boa quando comecei a leitura. A Alexandra Bracken teve uma ideia incrível e conseguiu trabalhar muito bem com ela, criando um livro praticamente perfeito. A narrativa é deliciosa, os personagens são especiais e o enredo segue um ritmo ágil e intrigante, eu simplesmente não sei como poderia ser melhor. Essa é, praticamente, uma leitura obrigatória
Sonhar levava à decepção, e a decepção a um tipo de depressão que não era fácil de curar. Melhor ficar na penumbra do que ser devorado pela escuridão.
Eu tinha a sensação mais estranha, como se eu tivesse perdido algo sem nem mesmo tê-lo, em primeiro lugar; de que eu não era o que havia sido, e que eu não era, de jeito nenhum, o que eu deveria ser. A sensação fez com que eu me sentisse oca até os ossos. 
— Nunca — ele disse, após um instante. — Nunca, nunca, nunca. Eu nunca vou me esquecer de você.

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1 comentários

  1. Resenha maravilhosa. Deixa qualquer leitor ansioso para iniciar a leitura...parabéns pelo traballho.

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