Resenha: Cidade do Fogo Celestial por Cassandra Clare

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Sinopse: Em Cidade do fogo celestial, Clary, Jace, Simon e toda a companhia se unem no meio do caos para enfrentar Sebastian, cujos poderes colocam tudo em risco. E agora, terão que viajar para outra dimensão para conseguir ter uma chance de impedi-lo. Vidas serão perdidas e sangue será derramado nesse último volume, onde o próprio destino do mundo pode ser mudado. 
Título: Cidade do Fogo Celestial - Os Instrumentos Mortais #6
Autor(a): Cassandra Clare
Páginas: 532
Editora: Galera 
Avaliação: 5/5 

É muito difícil dar adeus a uma série, aos vários personagens que você conheceu e pelos quais se apaixonou, a todas as emoções que você passou dentro daquela realidade paralela e aquela sensação reconfortante de saber que teria mais depois. Minha relação com Os Instrumentos Mortais é estranha, nunca dei muito crédito, até que li Anjo Mecânico e simplesmente soube que precisava ler tudo, absolutamente tudo, que a Cassandra Clare escrevesse. E assim conheci Clary, Jace, Simon... e me arrependi por não ter dado antes uma chance para eles. Eu sei que vou ver um pouco deles na próxima série da Cassandra, que não é um adeus completo e final, mas nunca mais vou estar na mente deles, nunca mais vai ser a mesma coisa. É um fim de um ciclo, e isso é carregado de tristeza e emoção.


Os Instrumentos Mortais tiveram seus altos e baixos, mas, vamos combinar, muitos mais altos do que baixos. A Cassandra Clare tem o dom de escrever e faz isso lindamente, suas tramas são muito bem pensadas, construídas e interligadas, seus personagens são sempre repletos de camadas e profundidade e a sua narrativa é deliciosa de acompanhar. E em Cidade do Fogo Celestial isso não é diferente, tudo que nós amamos nos cinco livros anteriores está presente e tudo na sua melhor qualidade. Em nenhum momentosdas mais de 500 páginas fiquei entediada ou desmotivada, a autora construiu parte por parte com tanto cuidado e propósito... é um livro que cobre todas as brechas e traz um final perfeito para a estória. Eu chorei, gargalhei na página seguinte e fiquei sem ar de surpresa e antecipação.

Se posso dizer é uma coisa é que quem não leu Princesa Mecânica não pode ler Cidade do Fogo Celestial. Sem mais. Primeiro de tudo porque existem muitas, mas muitas mesmo, referências aos livros de As Peças Infernais e ler esse livro sem entender as referências é perder metade da sua mágica e beleza. E, segundo, porque ele entrega vários spoilers de Princesa Mecânica e mesmo que você acredite que não vai ler As Peças Infernais, vai por mim, não faça isso. A trilogia é simplesmente incrível e você não pode estragar a experiência dessa forma.
Sinceramente, cada vez que uma referência aparecia meu coração se enchia de amor, acho que já falei que prefiro As Peças Infernais a Os Instrumentos Mortais e essa preferência continua, não que não ame a estória da Clary porque, sim, eu amo do fundo do coração, mas a primeira ainda é mais especial para mim. E, sim, eu chorei em cada menção de um certo personagem e foi tudo lindo e tão triste ao mesmo tempo! A Cassandra Clare sabe cativar e mexer com o leitor - o que podemos chamar, também, de crueldade.

Ao mesmo tempo que temos referências a série anterior (intercalada? não sei como considerar), a autora já nos apresentou aos personagens - e acredito que até mesmo aos conflitos principais - da série seguinte que vai se chamar The Dark Artifices (Os Artifícios das Trevas). Logo no prólogo conhecemos Emma Carstairs e Julian Blacktorn, assim como toda a sua família, mas ela não para por aí, os personagens se tornam regulares durante a narrativa de Cidade do Fogo Celestial. E aí está a minha única crítica negativa do livro. Para mim a Cassandra Clare focou demais neles, o que meio que privou a gente de mais cenas dos outros personagens e, principalmente, ficou parecendo uma forçação de barra para lermos a série seguinte já que isso tira um pouco a característica de ponto final do livro. Esse foco exagerado nos protagonistas de The Dark Artifices dá a impressão de que Cidade do Fogo Celestial não é o fim de ciclo, mas sim algo que vai ter uma continuação. Concordo com a apresentação dos personagens, mas acho que isso foi um pouco longe demais aqui.

Eu confesso que não tinha ideia de como tudo ia terminar, sabia que personagens conhecidos iam morrer e só. Por isso eu fui surpreendida a todo momento, foram poucas as coisas que consegui desvendar antes do hora certa. Mais uma fez fui manipulada e obrigada a concordar que a Casandra Clare tem uma mão incrível para escrever finais - e epílogos de tirar o fôlego, não podemos esquecer. Mesmo com o defeito que apontei eu não poderia estar mais satisfeita com o final escrito pela autora, ela deu tudo que eu esperava e muito mais. Confesso que demorei três dias para organizar minhas emoções para escrever essa resenha e ainda penso que tudo isso é muito mais um monte de pensamentos soltos do que realmente um crítica bem feita e por isso peço desculpas.

Assim que terminei de ler a última cena - linda e simbólica - eu literalmente abracei o livro por algum tempo, despreparada para deixar tudo ir.Eu simplesmente não estava pronta para dizer adeus. Os melhores livros são aqueles que te fazem se conectar tanto que se tornam uma parte de você. E essa é exata razão pela qual eu tive tantas dificuldades de simplesmente dizer adeus. Mas, ao mesmo tempo, o que me fez finalmente deixar ir porque não dá para realmente se perder algo que se tornou uma parte de você.
E para todos esses personagens que eu amei e odiei, pelos quais eu torci, aqueles que me fizeram chorar e rir: Ave atque vale. Saudações e adeus.
Foi um grito de perda tão imenso que não havia palavra para descrevê-lo. Foi um grito inexplicável de ter o céu acima de sua cabeça e o ar em seus pulmões arrancados para sempre. Ela gritou, e gritou mais uma vez, e rasgou o colchão com as mãos até cavar dentro dele, e havia penas e sangue presos debaixo de suas unhas (...). 
 Armas, quando quebram e são remendadas, podem ficar mais fortes nos locais remendados. —  disse Jace. — Talvez aconteça a mesma coisa coisa com o coração. 
 Clary nasceu especial. Simon se tornou especial. Adaptou-se. Porque o mundo não dividido estre especiais e comuns. Todos têm potencial para serem extraordinários. Contanto que você tenha uma alma e livre-arbítrio, pode ser qualquer coisa, fazer qualquer coisa, escolher qualquer coisa. 
 Somos todos parte do que nos lembramos. Guardamos em nós as esperanças e os medos daqueles que nos amam. Contanto que exista amor e lembrança, não existirá perda de fato. 

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