Resenha: Making Faces por Amy Harmon

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Sinopse: Ambrose Young era lindo. Alto e musculoso, com cabelos que passavam dos ombros e olhos que hipnotizavam. O tipo de beleza que estava nas capas de romances, e Fern Taylor sabia disso. Ela lia esses livros desde os 13 anos. Mas talvez por ele ser tão lindo ele fosse alguém que Fern jamais pensou em ter... até que ele deixou de ser lindo. Making Faces é a história de uma cidadezinha onde cinco jovens vão para a guerra, mas apenas um retorna. É uma história de perda. De perda coletiva, perda individual, perda da beleza, perda da vida, perda da identidade. É o conto do amor de uma garota por um garoto machucado, e o amor de um guerreiro por uma garota nada especial. Essa é uma história de amizade que supera a dor, heroísmo que desafia as definições comuns, e o conto moderno de A Bela e a Fera, onde nós descobrimos que há um pouco de beleza e feiura em todos nós. 




Título: Making Faces
Autor(a): Amy Harmon
Páginas: 405
Editora: Ainda não publicado no Brasil.
Avaliação: 5/5


Eu perdi as contas de quantas vezes "vi" Making Faces sem nunca para e prestar atenção de verdade e tenho certeza de que muito disso se deve pela capa que é muito igual a várias outras com que nos deparamos todo dia. Até que, na semana passada, parei para ler uma resenha e fiquei completamente rendida pelos comentários maravilhosos sobre o livro e sobre a autora. E hoje agradeço muito por ter dado uma chance para essa estória linda e inspiradora. 



Ambrose Young é lindo, alto, musculoso e o astro do time de luta (wrestling) da escola. Depois que sua mãe resolveu ir embora atrás de seu pai biológico, o garoto resolveu ficar com seu verdadeiro pai, Elliot, que o criou e amou acima de tudo. Prestes a terminar o colegial Ambrose é a grande esperança da pequena cidade, com uma bolsa em uma das melhores faculdades do país, ele sente o peso da esperanças de todos no seu ombro. Mas querendo ser um herói diferente, querendo fazer algo que realmente tenha valor, ele resolve se alistar para a guerra após os ataques do 11 de Setembro e convence seus quatro melhores amigos a se juntarem a ele. Assim cinco garotos partem para a guerra no Iraque, e apenas um volta, coberto de cicatrizes por dentro e por fora. 
Fern Taylor é uma garota sonhadora que ama ler e, principalmente, escrever romances, mas que sempre soube que não é bonita, com os cabelos ruivos descontrolados, os dentes tortos com aparelho e o corpo sem volume. E é por isso que mesmo sendo apaixonada por Ambrose desde pequena nunca chegou a ter esperanças, mesmo ele não se envolvendo com quase ninguém, ela não seria uma das poucas sortudas a receber sua atenção. Mas ela não estava sozinha, o que fazia tudo muito mais fácil. Seu primo Bailey é seu melhor amigo e irmão, eles nasceram com poucos dias de diferença e cresceram juntos, ele é uma pessoa inteligente e cheia de vida, mesmo que esteja preso em uma cadeira de rodas. Bailey possui Distrofia de Duchenne, uma doença que enfraquece os músculos aos poucos até a morte. Ele superou todas as estatísticas e mesmo que saiba que tem os dias contados, não deixa isso tirar a sua felicidade e doçura. Acostumada a cuidar de Bailey, Fern não consegue assistir Ambrose isolado e escondido de todos pela culpa e pela vergonha, e vai tentar de todas as maneiras mostrar que ele também não está sozinho. 

A Amy Harmon começa sua estória de uma forma despretensiosa, simples, mostrando uma garota comum apaixonada pelo grande astro da escola. Mas logo você vai percebendo pequenos detalhes que mostram que essa está longe de ser uma estória comum. O melhor amigo especial, a profundidade de sentimentos do menino lindo e musculoso, os flashbacks, as pequenas mensagens e lições de vida e muitas outras pequenas coisas.
O grande diferencial de Making Faces está na forma que a autora conta a sua estória. Para começar ela faz com que todos os personagens sejam importantes, apesar dos focos narrativos serem na Fern e no Ambrose, a autora sabe como focar nos outros personagens para que assim seja possível conhecê-los, conhecer a sua história, a sua personalidade, a sua força. Isso faz com que você crie conexões não só com os personagens principais, mas sim com todos aqueles que constroem a estória. Outro ponto crucial da narrativa é como ela vai e volta do presente para pequenas passagens do passado, mostrando assim as motivações dos personagens, como os laços entre eles foram criados e o porquê de estarem onde estão naquele momento. Essas escolhas fazem com que o livro seja muito mais complexo e, principalmente, muito mais íntimo. 

Porém o melhor do livro é a sua construção emocional. A Amy Harmon conseguiu dar uma profundidade imensa de sentimentos para seus personagens, você consegue de verdade sentir o que eles estão sentindo e a profundidade de todas as dores e perdas de cada um. Pela sinopse é fácil perceber que essa não é uma estória fácil e, na verdade, ela consegue ser ainda mais cruel do que eu imaginava. Os personagens, todos eles, já passaram por momentos de dor e sofrimento, já perderam muito coisa, mas também mostraram a coragem de lutar e a força de seguir em frente. É por isso que é tudo tão intenso, o amor que nasce entre o Ambrose e a Fern é lindo, de uma sinceridade e beleza difícil de se explicar. Assim como a amizade e amor entre a Fern e o Bailey, ou a irmandade entre o Ambrose e seus amigos. Os relacionamentos do livro, não importa se são românticos, entre amigos ou família, são todos extremamente sinceros e reais. 

Eu acreditava que essa seria uma estória que iria me fazer morrer de tanto chorar, mas apesar de ter me arrancado diversas lágrimas, eu não enxergo a mensagem de Making Faces como triste. Na verdade o livro é repleto de ensinamentos de vida e mensagens de esperança, mesmo em meio a tantas perdas e tantos sofrimentos. O livro fala muito sobre heróismo e coragem, não importa que seja em atos grande ou pequenos, fala sobre perda, sobre perdão e sobre a beleza que todo mundo traz dentro de si, não importa como se pareça por fora. 

Seja pela doçura de Fern, a coragem de Ambrose ou o otimismo e vida que transbordavam de Bailey, Amy Harmon conseguiu criar uma estória extremamente simples, mas repleta de profundida e sentimentos, que por vezes é cruel e dura, mas onde se predomina as lições de força e de esperança. Making Faces é livro lindo e inspirador, cheio de personagens que merecem a oportunidade de serem conhecidos. 
— É difícil chegar a um acordo às vezes —, disse Bailey abruptamente. Fern esperou que ele continuasse. — É difícil chegar a termos que lidar com o fato de que você não será amado do jeito que você quer ser amado.
— Há momentos assim, Bailey. Vezes em que você acha que não pode aguentar mais. Mas, então, descobre que pode. Você sempre consegue. Você  é  teimoso. Vai respirar fundo,  engolir  um pouco  mais,  resistir um pouco mais, e, eventualmente, vai ter o seu segundo fôlego.
Ele a queria. Desesperadamente. Sua luz, sua beleza, seu entusiasmo pelas coisas simples. Tudo nela. Tudo. Ele queria pegá-la, dos seus pés dançantes, com as pernas balançando acima do solo, e beijá-la até que estivessem sem fôlego com paixão em vez de riso.

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