Resenha: Predestinados por Josephine Angelini

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Sinopse:  Helen Hamilton passou a vida inteira tentando disfarçar o fato de que é uma garota diferente, mas agora, aos dezesseis anos, isto está cada vez mais difícil. Não apenas por causa de sua força sobre-humana ou porque, sem motivo aparente, pessoas estranhas simplesmente a atacam, mas também porque ela teme que esteja perdendo o juízo. Pesadelos recorrentes com uma estranha viagem pelo deserto e visões de três mulheres derramando lágrimas de sangue a têm atormentado noite e dia. Ao mesmo tempo, um impulso inexplicável passa a dominar seus pensamentos: Helen quer matar Lucas, um dos rapazes da glamorosa e misteriosa família Delos. À medida que descobre mais sobre sua verdadeira origem, ela percebe que a relação dos dois está submetida não só à sua vontade, mas a forças muito antigas.



Título: Predestinados
Autor(a): Josephine Angelini
Páginas: 320
Editora: Intrínseca
Avaliação: 3/5

Predestinados é o livro de estréia da autora e, apesar de apresentar vários problemas, é um livro delicioso, com uma mitologia muito bem pensada que recria nos dias atuais a Guerra de Tróia com uma grande inspiração na Ilíada de Homero e me fez devorar essas 320 páginas em um dia.


Nas primeiras páginas, que começa com uma narrativa lenta e algumas vezes confusa, nós conhecemos Helen Hamilton, uma garota que foi abandonada ainda bebê por uma mãe que não deixou nada para trás, nem uma foto, fazendo que sua única ligação com a mãe fosse um colar de coração, e que por isso mora só com o pai na ilha turística de Nantucket.

Helen é muito bonita e chama muito atenção por isso, só que a sua timidez vai além do normal, ela realmente sente dores quando sente a atenção das outras pessoas nelas, mas na verdade ela não é nem um pouco normal em vários sentidos, e sabe disso. Ela sabe que tem uma velocidade rápida demais, uma força anormal e tem aqueles sonhos muitos estranhos, mas nega para si mesma que seja tão diferente. Mas tudo muda quando a família Delos chega na ilha e Helen começa a sentir-se estranha, o que chega no ápice quando ela encontra pela primeira vez o maravilhoso Lucas e tenta matá-lo no corredor da escola, mas o mais estanho ainda é que ele e toda a sua família também querem vê-la morta. E é aí que ela descobre que é uma semideusa, uma Descendente. E isso é o máximo que posso dizer sobre o enredo central sem estragar as surpresas do livro.

Helen é uma personagem um pouco confusa, oscilando sua personalidade em corajosa, inteligente, determinada a medrosa, egoísta e cabeça-dura, mas isso não me impediu de gostar dela. Mas ela não é meu personagem favorito. Assim que sede de morte entre Helen e a família Delos se resolveu e eles passaram a conviver e nós, leitores, a conhecer cada personagem melhor, não teve como se sentir atraída por personagens tão bem construídos e com personalidades tão marcantes. Mas sem dúvida nenhuma o meu personagem favorito é o Lucas. Eu sou romântica e adoro aqueles livros no qual o romance te faz sentir frio na barriga, sabe? E em predestinados é isso que acontece. Conforme eles vão se apaixonando, eu fui me apaixonado cada vez mais pelo personagem e pelo casal também. Lucas é corajoso, forte, inteligente, carinhoso com todos que ama, principalmente a família, poderoso, intenso e, claro, lindo de morrer. Lucas Delos entrou na minha lista de personagens que queria como namorado ao lado de Dimitri de Vampire Academy, Damon de Vampire Diaries (o da série de TV) e do Jesse da Mediadora. Mas não se engane, não vai ser fácil conseguir decidir qual são os seus personagens prediletos.

Mas o que mais me chamou a atenção foi a mitologia criada pela Josephini. Em uma época que o gênero literário está repleto de criaturas sobrenaturais como vampiros, anjos, bruxas e afins e distopias, ver uma opção diferente na estante é muito bem vinda. E a autora acertou ao dar uma continuação a famosa Guerra de Tróia, dando aos que participaram ligações com os deuses e outras criaturas místicas da cultura grega e um grupo de Descendentes desses semideuses que estão fadados a repetir essa história em um ciclo sem fim. Assim como o amor impossível de Helen e Lucas, que pode desencadear uma nova guerra como um dia fizeram Helena e Páris. Mas nem tudo é drama, o livro conseguiu me tirar várias risadas, muitas graças a melhor amiga de Helen, a Claire, e os primos e irmãos Delos. Mas quem for ler preste atenção, uma única frase que envolve Jason e um grampeador me fez rir por vários minutos.

Predestinados foi comparado a Percy Jackson e a Crepúsculo. Enquanto ao primeiro é um erro, já que a única ligação com os livros do Rick Riordan vem da existência de deuses e semideuses, mas todo o resto, a mitologia e o enrendo, são completamente diferentes. Mas quanto a Crepúsculo a situação é muito complicada. Fica bem claro que autora se inspirou na saga dos vampiros, tanto que eu consegui contar uns doze acontecimentos ou fatos que me lembravam muito coisas que aconteceram no livro de Crepúsculo e isso realmente me incomodou. Afinal, você quer ler coisas diferentes e não fazer uma releitura de algo que já foi escrito antes. Mas como vocês podem ver, nem isso me fez desgostar do livro.

A narração também tem alguns problemas, principalmente quanto aos diálogos muito repetitivos e algumas incoerências. Mas o que mais incomodou foi como ela desenvolveu a narrativa em terceira pessoa. Ela deveria ter usado essa ferramenta para explorar mais o pensamento dos outros personagens, mas poucas vezes fez isso, transformando a narrativa quase em primeira pessoa ao se focar só na Helen. 

Esses pequenos fatos foram o motivo da nota 3, mas isso não quer dizer que eu não amei o livro. Eu estou apaixonada pela história e louca que continuação. Dreamless, mas só indico para quem não se importar em reconhecer as semelhanças com Crepúsculo e escolher ignorar isso e seguir lendo. E prestem atenção, vocês ainda vão ouvir falarem muito de Predestinados e sua triologia por aí.
Encontrar os olhos dele a despertou. Pela primeira vez na vida, Helen soube o que era o mais puro e venenoso ódio.
Se fosse sábado, Helen não correria o risco de ver Lucas de longe enquanto ele ia de aula em aula. Ela não teria que reconhecer a curva graciosa dos ombros dele, ou a inclinação curiosa da sua cabeça erguendo-se em meio à multidão de formas indefinidas do restante da população. Se fosse sábado, ela poderia ir à casa dos Delos sabendo que ele não estaria lá enquanto treinava. Mas, se fosse sábado, aquilo somente a deixava com um monte de porcarias diferentes para lidar nas próximas dezesseis ou dezessete horas: teria de estar o dia todo onde ele não estava.

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