Resenha: A Corrida de Escorpião por Maggie Stiefvater

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Sinopse: A cada novembro, os cavalos d'água emergem do oceano e galopam na areia sob os penhascos de Thisby. E, a cada novembro, os homens capturam esses cavalos para uma corrida eletrizante e mortal. Alguns cavaleiros sobrevivem. Outros, não. Aos 19 anos, Sean Kendrick já foi quatro vezes campeão. Ele é um jovem de poucas palavras e, se tem medos, guarda-os bem escondidos, onde ninguém possa vê-los. Puck Connolly é uma novata nas Corridas de Escorpião. Ela nunca quis participar da competição, mas o destino não lhe deu muita escolha. Sean e Puck vão competir neste ano, e ambos têm mais a ganhar - ou a perder - do que jamais pensaram. Mas apenas um deles pode vencer.
Título: A Corrida de Escorpião
Autor(a): Maggie Stiefvater
Páginas: 378
Editora: Verus
Avaliação: 4,5/5

A Corrida de Escorpião é um livro que fala de amor. Não só de amor entre um casal, mas do amor pela família, pelos amigos, pelos animais que são muito mais que bichos de estimação e pelo lugar em que se vive. Um estória que fala sobre um sentimento como esse e com uma escrita quase poética como a de Maggie Stiefvater não tem como não ser, no mínimo, boa. 


Puck vive em Thisby, uma ilha onde a cada Novembro o Mar de Escorpião leva pra lá os Capaill Uisce, cavalos marinhos carnívoros, violentos, difíceis de serem domados e que comem qualquer coisa viva que encontram quando chegam a praia famintos. Para desafiar a natureza, homens da ilha e também do continente se arriscam a capturar e treinar esses animais durante duas semanas até corrida que vale muito dinheiro, mas também traz muitas mortes.
Puck perdeu os pais para um desses cavalos marinhos quando era mais nova e desde então tenta sobreviver dando duro junto com seu irmão mais velho Gabe e o mais novo Finn, mas de repente ela se vê obrigada a participar da corrida pra salvar sua família. Mas ela não esperava que ia encontrar tanta resistência para entrar em uma corrida só de homens e muito menos que ia se aproximar de Sean Kendrick, que já ganhou a corrida por quatro vezes, mas dessa tem ainda mais motivos para precisar ganhar. 

Puck ama incondicionalmente seus irmãos, sua égua Dove e ilha onde mora e, diferentemente da maioria dos jovens de Thisby, não pensa em sair de lá. Ela apesar de impulsiva e um pouco orgulhosa me conquistou, Puck é extremamente forte, determinada, corajosa e apaixonada por tudo que ama. Já Sean quebrou meu coração, apesar de ser igualmente forte e corajoso ele passa um tristeza tão grande e uma simplicidade nas coisas que o faz feliz que simplesmente quebrou meu coração. Ele ama, acima de tudo, "seu" Capaill Uisce, Corr, apesar de saber que ele é, naturalmente, um mostro, mas também é apaixonado pelo mar, pela ilha e pela emoção das corridas. A relação que ele e Puck constroem é linda, ambos sabem que precisam ganhar a corrida de qualquer jeito, mas se ajudam e apoiam mutuamente numa amizade muito sincera, que vai se desenvolvendo em algo mais no tempo certo. 

A narrativa é intercalada entre Puck e Sean e apesar da autora ter um jeito único de escrever, o problema do livro é que a leitura se torna um pouco maçante em algumas partes, além de demorar para te prender, mas no final isso é só um detalhe. 

A autora consegue passar pro leitor todo aquele amor dos personagens com a sua escrita poética, te tocar de uma forma com que você se apegue profundamente com aqueles personagens. Além disso a ambientação que ela criou é magnífica, é tudo tão lindo que dá uma dor no coração lembrar que aquilo tudo não existe. Mas nem tudo é tão bonito assim, a Maggie sabe ser cruel também, as cenas de mortes não te poupam e as cenas de ação podem não ser muitas, mas valem a pena pela narrativa detalhada e eletrizante. É uma estória que mexe lá no fundo com todos os seus sentimentos. 

É difícil encontrar livros dedicados ao público juvenil que fale do amor em todas essas formas, que trate da perda e que exalte a felicidade nas pequenas coisas, e talvez seja por isso que Corrida de Escorpião seja tão impressionante e tocante. Com um final extremamente lindo, não tem como não recomendar um livro assim. 
Eu me pergunto se, quando falo de Dove, as pessoas conseguem ouvir como eu a amo assim como percebo o carinho por Corr na voz de Sean. É difícil para mim imaginar como é amar um monstro, não importa quão lindo ele seja.
Eles eram rápidos e mortais, selvagens e lindos. Eram gigantes, oceano e ilha ao mesmo tempo, e foi aí que os amei.
– Não serei seu ponto fraco, Sean Kendrick. Agora ele me olha. Diz, muito suavemente: – É tarde para isso, Puck.

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