Resenha: À Procura de Audrey por Sophie Kinsella

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Sinopse: Audrey é uma adolescente comum, igualzinha a tantas. Com 14 anos, estuda, se apaixona, entra em conflito com os pais, sonha, confia nas amigas. Até que começa a ser vítima de bullying. No início, parecia apenas uma pequena implicância, mas a provocação vai aumentando. Logo, a menina não consegue mais frequentar o colégio, nem ao menos sair de casa. O diagnóstico? Transtorno de ansiedade social, transtorno de ansiedade generalizada e episódios depressivos. Com a ajuda da Dra. Sarah, Audrey começa um lento, mas decisivo, caminho rumo à recuperação. E quando conhece Linus, parceiro de games do irmão, ela sente uma ligação. Seu sorriso de gominho de laranja é encorajador, e eles podem conversar sobre tudo: ansiedades, sonhos, medos. Ainda que de forma não muito convencional no início. Mesmo com as ressalvas da médica, a amizade se aprofunda — em meio a visitas ao Starbucks e pequenos desafios. Em pouco tempo, evolui para um romance que vai afetar toda a família. Por fim a normalidade parece apenas a um passo de distância. À procura de Audrey é um romance inspirador sobre família, primeiro amor e depressão.
Título: À Procura de Audrey
Autor(a): Sophie Kinsella
Páginas: 336
Editora: Galera Record
Avaliação: 4/5

Eu sou apaixonada pela Sophie Kinsella, apaixonada de verdade! Fiquei Com Seu Número é simplesmente um dos meu livros preferidos da vida, ela é uma autora que consegue misturar comédia com romance e outros temas de uma forma incrível. Mas eu nunca tinha lido um livro jovem adulto dela - na verdade nem sei se ela tem outro livro desse gênero - e não sabia muito bem o que esperar de À Procura de Audrey. Mas eu devia saber melhor, é claro que a Sophie Kinsella não decepciona. O fato é que me apaixonei completamente por esse livro. 


Após alguns graves problemas na escola, Audrey está passando pelo o que seus médicos diagnosticaram como transtorno de ansiedade social, transtorno de ansiedade generalizada e episódios depressivos. Depois de semanas internadas e meses de terapia, ela ainda não consegue sair de casa e falar com ninguém fora da sua família. Mais o pior é que ela não consegue aguentar olhar nos olhos de ninguém e por isso nunca tira seus óculos escuros. No livro acompanhamos a Audrey tentando superar seus desafios enquanto lida com os conflitos dentro da sua família e os inesperados sentimentos pelo amigo de seu irmão.

Confesso que quando li a sinopse e resenhas do livro fiquei com um pouco de preguiça dessa parte do enredo de retratar a "vida em família" da Audrey, mas eu errei feio nesse sentido. A família dela e a relação entre eles é simplesmente SENSACIONAL! Sério, é tudo super maluco, divertido, cheio de diálogos genais e situações absurdas que relatam exatamente como é viver em família. Os ataques da mãe da Audrey, o jeito desajeitado do seu pai, o sarcasmo do Frank e a fofura do irmão mais novo, tudo isso é simplesmente tão, mas tão legal que não sei como colocar em palavras. Eu perdi a conta de quantas vezes ri e me diverti com os todos os momentos memoráveis e, ao mesmo tempo, tão ordinários dessa família e como isso me deixou um sentimento reconfortante de lembrar como era quando ainda morava na casa dos meus pais. A mãe da Audrey é a personagem mais divertida e maluca possível e o Frank é um personagem incrível, adoro os seus "dilemas", seu jeito despreocupado e suas sacadas sarcásticas. (E ele também apoia muito a Audrey, o que é super fofo.) Mas sério, leiam, não consigo explicar quantas cenas memoráveis, divertidíssimas e encantadoras dessa família existem nesse livro. 

É claro, no entanto, que o livro se foca na Audrey e no que ela está passando em relação ao seu extremo problema de ansiedade. Para começar, eu simplesmente amei a personagem. Ela é narradora da estória e tem uma voz super divertida, cheia de sacadas inteligentes e pensamento interessantíssimos. Muitas das qualidades do livro não importariam se ele não tivesse uma narradora tão única e descontraída. A parte da severa ansiedade social pela qual ela passa é tratada de uma forma satisfatória, mostra a dificuldade e seriedade da situação e a forma terrível com que isso afeta a sua vida, e mesmo que existam momentos mais pesados, até essas partes são tratadas com muito bom humor o que faz da leitura algo muito leve. 
O romance é fofo e a relação da Audrey com o Linus se desenvolve de uma forma deliciosa de acompanhar, mas o que realmente me deixou feliz é que ele não é de forma alguma o centro da estória. Ele é apenas mais um dos fatores que a ajudam a Audrey a melhorar e que deixam o livro ainda mais reconfortante e fofo.  

A narrativa da Sophie Kinsella é sempre incrível e isso não é diferente aqui. Ela tem um timming perfeito, é fluida, simples e cheia de sentimentos ao mesmo tempo e, como já disse, tem diálogos absolutamente genias e que são tão "naturais" que é impressionante. Gostei muito também das escolhas narrativas da autora: ter a Audrey conversando com o leitor e as passagens que descreviam o roteiro do documentário que ela estava gravando, o que foi uma sacada incrível. (Só preciso acrescentar que a cena de abertura é uma das melhores e mais bem pensadas cenas de aberturas que já vi.) 

À Procura de Audrey é um história sobre o dia a dia de uma família maluca e cheia de problemas, mas também cheia de muito amor como a maioria das famílias que existem por aí. É um livro que te deixa com um sentimento de felicidade incrível no final, de ter lido algo tão apaixonante, encantador e engraçado. Eu não esperava muito do livro, mas terminei apaixonada pelos personagens e por todos os sentimentos que ela me fez sentir. É um leitura leve e descompromissada que vale cada segundo. 

PS: Só dei nota máxima porque ainda prefiro os livros adultos da Sophie Kinsella.
Andei pensando bastante sobre tudo. E acho que mamãe estava certa sobre a parada dos gráficos dos altos e baixos. Todo mundo está em um. Atá Frank. Até mamãe. Até Felix. Acho que entendi que a vida é tipo uma escalada: você cai e levanta de novo. Então não importa se der uma escorregada. Contanto que esteja mais ou menos caminhando para cima. Isso é tudo que se pode esperar. Seguir mais ou menos para cima.

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1 comentários

  1. Oi, Carol!!
    Faz um tempinho que não leio nada da Sophie Kinsella e devo admitir que realmente me interessei por A Procura de Audrey... Não tenho muita experiência com esse gênero literário, mas é Kinsella, afinal ^^
    Bjs, Juh.

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