Resenha: Proibido por Tabitha Suzuma
14:15Sinopse: Ela é doce, sensível e extremamente sofrida: tem dezesseis anos, mas a maturidade de uma mulher marcada pelas provações e privações da pobreza, o pulso forte e a têmpera de quem cria os irmãos menores como filhos há anos, e só uma pessoa conhece a mágoa e a abnegação que se escondem por trás de seus tristes olhos azuis. Ele é brilhante, generoso e altamente responsável: tem dezessete anos, mas a fibra e o senso de dever de um pai de família, lutando contra tudo e contra todos para mantê-la unida, e só uma pessoa conhece a grandeza e a força de caráter que se escondem por trás daqueles intensos olhos verdes. Eles são irmão e irmã.Título: Proibido
Autor(a): Tabitha Suzuma
Páginas: 304
Editora: Valentina
Avaliação: 5/5
É muito delicado falar sobre esse livro e, sim, isso acontece porque o tema tratado nele é também extremamente delicado. A primeira coisa que você sabe ao ler a sinopse é que o livro conta a estória de dois irmãos que se apaixonaram. Eu sei, todo mundo espera encontrar algo perturbador e errado, mas eu sabia e esperava que a autora iria fazer o contrário e confrontar todas as nossas certezas. Esse é um livro intenso, forte e que vai te fazer questionar muita coisa. Acreditem em mim, toda vez que eu penso nessa estória mais e mais questionamentos surgem na minha cabeça. Proibido é de fato um livro perturbador, mas de uma maneira muito, mas muito diferente daquela que você imagina.
Lochan vive com a pressão de ser o homem da casa, mesmo com a enorme ajuda de Maya, ele é o "líder" da família e tem que arcar com todas as responsabilidades. Mas, além disso, ele também sofre com o seu pânico de se relacionar com as pessoas. Lochan não consegue se comunicar com ninguém que não seja as pessoas da sua família, o que faz dele um pessoa muito solitária e depressiva. Maya é a sua única e melhor amiga, a única pessoa da sua idade com quem ele pode falar e ser ele mesmo, ela é o seu suporte.
Maya é descontraída, comunicativa e está sempre rodeada de pessoas, mas essa é apenas uma fachada, uma maneira de esconder tudo que sente quando está fora de casa. Ela também carrega o fardo de criar seus irmãos e de impedir que a sua família se desfaça. Ela faz de tudo para que Lochan não desmorone sob tanta pressão. Ele é seu porto seguro, seu melhor amigo, uma parte importante dela.
E mesmo sendo errado, mesmo os dois sabendo o quão absolutamente errado isso é, eles acabam se apaixonando.
Não me entendam errado, eu não terminei esse livro achando que o incesto é algo aceitável. Na quase maioria absoluta das vezes eu ainda vejo isso como algo doentio, não natural, perturbador e completamente errado. Ainda mais eu, que tenho um irmão, posso afirmar que ainda fico horrorizada com isso. Mas, o que esse livro me mostrou acima de tudo, é que nada é tão preto no branco como queremos acreditar. Ainda mais quando estamos falando sobre sentimentos. Eles não possuem regras, leis ou discernimento para acontecer. Tudo depende das circunstâncias, de todos os fatores que abriram caminho para aquele sentimento nascer.
Pode parecer absurdo - pode acreditar, eu sei -, mas eu entendi o amor desses personagens, eu senti esse amor, e torci, - nossa, como eu torci - para que eles conseguissem ser felizes no final. Mas para isso ser possível, para você conseguir aceitar e apoiar tal coisa, foi preciso entrar na cabeça desses personagens e entender todas as motivações, tudo que culminou nesse sentimento.
Para começar, a relação deles nunca foi uma relação normal entre irmãos. Quando eles eram pequenos eles eram inseparáveis, um sempre estava junto do outro e um sempre protegia um outro. Até aí tudo bem, mas então o pai deles foi embora e ambos tiveram que virar adultos muito rápido, quando eram crianças. De repente eles tinham que cuidar de três crianças e de uma casa. Viraram pais e chefes de família. Os dois dizem diversas vezes que além de irmãos, de melhores amigos, eles são, acima de tudo, parceiros. Um entende completamente o outro e o sustenta.
Depois nós temos a motivação de cada um deles separadamente. O Lochan é uma pessoa extremamente sensível. Ele tem esse pânico que ele não consegue controlar, que faz ele se sentir errado, doente e culpado por envergonhar seus irmãos. Além disso ele tem esse peso enorme que carrega e que é ainda maior porque ele faz questão de por todas as responsabilidades nas suas costas. E tem, também, esse amor imensurável pela família, ele está disposto a sacrificar tudo - tudo - por eles. O Lochan sempre se sente muito sozinho, muito no limite de explodir, muito triste. Ele traz dentro dele uma tristeza de quebrar o coração, mas é sempre tão, tão doce. E o Lochan tem essa necessidade de se segurar na única pessoa que sempre esteve lá, que sempre foi muito mais do que uma simples irmã. Ele precisa amar assim, e precisa mais do que tudo ser amado de volta e de receber um pouco de carinho.
Já a Maya tem os mesmos pesos, as mesmas preocupações e, principalmente, tem Lochan como seu farol. Ela se guia por ele, suporta tudo por ter ele ao seu lado, ela nunca soube o que é viver sem a proteção e o cuidado dele. Ela tem esse amor gigantesco pelo Lochan, essa dedicação incansável, que nunca foi algo característico de um simples amor de família.
Mas não pensem, em nenhum momento, que eles aceitam esse sentimento naturalmente. Eles tentam negar isso, tentam fugir disso, mas simplesmente não conseguem. Eles sentem nojo de si mesmos, se odeiam por estarem sentindo esse amor e essa atração e eles sabem, sabem muito bem, que isso é errado e imoral. Em um momento a Maya tenta imaginar se poderia se sentir assim sobre Kit também, mas a única coisa que vem em sua cabeça é terror e repulsa, a reação normal que ela deveria ter com Lochan. Isso evidencia que a autora quis mostrar muito que aquilo não estava acontecendo porque eles possuem alguma disfunção, mas sim por outros motivos muito mais sentimentais e naturais.
Eu sei que parece difícil de digerir, eu entendo. Se me dissessem isso sem ter lido o livro eu ainda julgaria, ainda ficaria perturbada e acharia algo doentio. Mas a diferença é que eu estava vendo isso pelo interior deles e entendi. Entendi cada pequena ação e vi uma beleza assustadora nesse sentimento.
Proibido é um livro dramático, forte, difícil de digerir. Todas as cenas são repletas de intensidade. As cenas de desespero do Lochan por ser quem é, as cenas em que as crianças são ignoradas e, de certa forma, maltratadas pela mãe e as cenas onde a Maya e o Lochan odeiam eles mesmos e sentem nojo de si mesmos por sentirem o que estão sentindo. Existe tanta dor nisso tudo que de repente eu me vi chorando, sem nenhum motivo específico, simplesmente porque era tudo demais. Não esperem algo reconfortante, algo remotamente parecido com um contemporâneo normal, porque vocês não vão encontrar.
Vocês sabem que eu choro por qualquer coisa em livros. Mas poucas vezes chorei como chorei nesse livro - talvez só em A Culpa É Das Estrelas e Princesa Mecânica. Eu não estava simplesmente chorando, eu estava soluçando incontrolavelmente e fiquei assim por um bom tempo. Eu me senti tão perdida quando terminei esse livro, tão sem rumo. Não sabia o que pensar, no que defender, não sabia como aceitar o que tinha acabado de ler. É um livro perturbador pela maneira como mexe com tudo o que você acredita e mexe muito, muito com os seus sentimentos.
A Tabitha Suzuma escreveu um livro que muda as pessoas, que faz elas encararem situações que nenhuma lógica que você tenha pode explicar. Ela nunca quis dizer que o incesto é certo, ela nunca quis que você mudasse a sua opinião sobre isso, ela quis apenas mostrar que nada é tão simples quanto o parece, ainda mais quando, como eu já disse, estamos falando sobre sentimentos. Ela mostrou que você nunca pode julgar ninguém. Nunca. Por mais que você acredite que não existem explicações que justifiquem. Ela mostrou que o amor nunca deveria ser proibido ou condenado, não quando ele é real e verdadeiro. Como você pode proibir duas pessoas de se amarem assim? Onde que isso é o certo?
Proibido vai te perturbar e mudar a sua maneira de enxergar a vida e eu acredito que todo mundo deveria dar uma chance. Uma estória que mostra a beleza em meio a tanta dor e que fala de amor e, acima de qualquer coisa, de sacrifícios.
Para começar, a relação deles nunca foi uma relação normal entre irmãos. Quando eles eram pequenos eles eram inseparáveis, um sempre estava junto do outro e um sempre protegia um outro. Até aí tudo bem, mas então o pai deles foi embora e ambos tiveram que virar adultos muito rápido, quando eram crianças. De repente eles tinham que cuidar de três crianças e de uma casa. Viraram pais e chefes de família. Os dois dizem diversas vezes que além de irmãos, de melhores amigos, eles são, acima de tudo, parceiros. Um entende completamente o outro e o sustenta.
Depois nós temos a motivação de cada um deles separadamente. O Lochan é uma pessoa extremamente sensível. Ele tem esse pânico que ele não consegue controlar, que faz ele se sentir errado, doente e culpado por envergonhar seus irmãos. Além disso ele tem esse peso enorme que carrega e que é ainda maior porque ele faz questão de por todas as responsabilidades nas suas costas. E tem, também, esse amor imensurável pela família, ele está disposto a sacrificar tudo - tudo - por eles. O Lochan sempre se sente muito sozinho, muito no limite de explodir, muito triste. Ele traz dentro dele uma tristeza de quebrar o coração, mas é sempre tão, tão doce. E o Lochan tem essa necessidade de se segurar na única pessoa que sempre esteve lá, que sempre foi muito mais do que uma simples irmã. Ele precisa amar assim, e precisa mais do que tudo ser amado de volta e de receber um pouco de carinho.
Já a Maya tem os mesmos pesos, as mesmas preocupações e, principalmente, tem Lochan como seu farol. Ela se guia por ele, suporta tudo por ter ele ao seu lado, ela nunca soube o que é viver sem a proteção e o cuidado dele. Ela tem esse amor gigantesco pelo Lochan, essa dedicação incansável, que nunca foi algo característico de um simples amor de família.
Mas não pensem, em nenhum momento, que eles aceitam esse sentimento naturalmente. Eles tentam negar isso, tentam fugir disso, mas simplesmente não conseguem. Eles sentem nojo de si mesmos, se odeiam por estarem sentindo esse amor e essa atração e eles sabem, sabem muito bem, que isso é errado e imoral. Em um momento a Maya tenta imaginar se poderia se sentir assim sobre Kit também, mas a única coisa que vem em sua cabeça é terror e repulsa, a reação normal que ela deveria ter com Lochan. Isso evidencia que a autora quis mostrar muito que aquilo não estava acontecendo porque eles possuem alguma disfunção, mas sim por outros motivos muito mais sentimentais e naturais.
Eu sei que parece difícil de digerir, eu entendo. Se me dissessem isso sem ter lido o livro eu ainda julgaria, ainda ficaria perturbada e acharia algo doentio. Mas a diferença é que eu estava vendo isso pelo interior deles e entendi. Entendi cada pequena ação e vi uma beleza assustadora nesse sentimento.
Proibido é um livro dramático, forte, difícil de digerir. Todas as cenas são repletas de intensidade. As cenas de desespero do Lochan por ser quem é, as cenas em que as crianças são ignoradas e, de certa forma, maltratadas pela mãe e as cenas onde a Maya e o Lochan odeiam eles mesmos e sentem nojo de si mesmos por sentirem o que estão sentindo. Existe tanta dor nisso tudo que de repente eu me vi chorando, sem nenhum motivo específico, simplesmente porque era tudo demais. Não esperem algo reconfortante, algo remotamente parecido com um contemporâneo normal, porque vocês não vão encontrar.
Vocês sabem que eu choro por qualquer coisa em livros. Mas poucas vezes chorei como chorei nesse livro - talvez só em A Culpa É Das Estrelas e Princesa Mecânica. Eu não estava simplesmente chorando, eu estava soluçando incontrolavelmente e fiquei assim por um bom tempo. Eu me senti tão perdida quando terminei esse livro, tão sem rumo. Não sabia o que pensar, no que defender, não sabia como aceitar o que tinha acabado de ler. É um livro perturbador pela maneira como mexe com tudo o que você acredita e mexe muito, muito com os seus sentimentos.
A Tabitha Suzuma escreveu um livro que muda as pessoas, que faz elas encararem situações que nenhuma lógica que você tenha pode explicar. Ela nunca quis dizer que o incesto é certo, ela nunca quis que você mudasse a sua opinião sobre isso, ela quis apenas mostrar que nada é tão simples quanto o parece, ainda mais quando, como eu já disse, estamos falando sobre sentimentos. Ela mostrou que você nunca pode julgar ninguém. Nunca. Por mais que você acredite que não existem explicações que justifiquem. Ela mostrou que o amor nunca deveria ser proibido ou condenado, não quando ele é real e verdadeiro. Como você pode proibir duas pessoas de se amarem assim? Onde que isso é o certo?
Proibido vai te perturbar e mudar a sua maneira de enxergar a vida e eu acredito que todo mundo deveria dar uma chance. Uma estória que mostra a beleza em meio a tanta dor e que fala de amor e, acima de qualquer coisa, de sacrifícios.
E eu sei como ele se sente... é tão bom que dói. Acho que vou morrer de felicidade. Acho que vou morrer de dor. O tempo parou, o tempo está correndo.
O corpo humano precisa de um fluxo constante de alimentos, ar e amor para sobreviver. Sem Maya eu perco os três. Morro lentamente.
No fim do dia, é tudo sobre o quanto você aguenta, o quanto você pode suportar. Se juntos vamos prejudicar alguém, separados vamos matar nós mesmos.
Mas então por que é tão terrível para mim estar com a garota que eu amo? Todos os outros têm permissão para ficar com quem quiserem, expressar seu amor se quiserem, sem medo de assédio, ostracismo, perseguição ou até mesmo da lei. Mesmo emocionalmente abusivas, as relações adúlteras são muitas vezes toleradas, apesar do dano que causam aos outros. Em nossa sociedade, progressiva e permissiva, todos esses tipos nocivos e insalubres de 'amor' são permitidos - mas não o nosso. Não consigo pensar em nenhum outro tipo de amor que seja tão completamente rejeitado, mesmo que o nosso seja tão profundo, apaixonado, carinhoso e forte que nos obrigar a nos separar nos causaria uma dor inimaginável. Nós estamos sendo punidos pelo mundo por apenas uma razão simples: por termos sido produzidos pela mesma mulher.
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