Resenha: Simplesmente Ana por Marina Carvalho

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Sinopse: Imagine que você descobre que seu pai é um rei. Isso mesmo, um rei de verdade em um país no sudeste da Europa. E o rei quer levá-la com ele para assumir seu verdadeiro lugar de herdeira e futura rainha… Foi o que aconteceu com Ana. Pega de surpresa pela informação de sua origem real, Ana agora vai ter que decidir entre ficar no Brasil ou mudar-se para Krósvia e viver em um país distante tendo como companhia somente o pai, os criados e o insuportável Alex. Mudar-se para Krósvia pode ser tentador — deve ser ótimo viver em um lugar como aquele e, quem sabe, vir a tornar-se rainha —, mas ela sabe que não pode contar com o pai o tempo todo, afinal ele é um rei bastante ocupado. E sabe também que Alex, o rapaz que é praticamente seu tutor em Krósvia, não fará nenhuma gentileza para que ela se sinta melhor naquele país estrangeiro. A não ser… A não ser que Alex não seja esta pessoa tão irascível e que príncipes encantados existam. Simplesmente Ana é assim: um livro divertido, capaz de nos fazer sonhar, mas que — ao mesmo tempo — nos lembra das provas que temos que passar para chegar à vida adulta.
Título: Simplesmente Ana
Autor(a): Mariana Carvalho
Páginas: 304
Editora: Novo Conceito
Avaliação: 3,5/5 


Que garota que nunca sonhou em viver um conto de fadas? E que mulher que, mesmo tendo passado dessa fase a muito tempo, não continua se encantando um pouquinho que seja com estórias que tenham princesas, príncipes, reis e rainhas no meio? Simplesmente Ana já encanta por ter isso na sua premissa e eu não pude adiar mais a leitura depois de ver ótimos comentários sobre o livro em vários outros blogs. Já adianto que não é um livro perfeito, mas que cumpre seu papel muito bem em divertir e encantar. 



Ana vivia uma vida comum em Belo Horizonte, cursando a faculdade de Direito vivia com a sua mãe e já tinha, a muito tempo, superado o fato de não ter um pai, tinha uma relação muito próxima com os avós, uma melhor amiga e uma quase-namoro por quem acreditava estar apaixonada. Tudo isso mudou quando, algumas horas depois de sua mãe dar uma entrevista na TV, ela recebe uma mensagem em inglês no facebook de um homem que acredita ser seu pai. Tudo se torna ainda mais louco quando ela descobre que ele é rei de um pequeno pais da Europa, Krósvia, e que ela é mesmo uma princesa.
Ana acaba aceitando passar uma temporada no país que ela pode herdar um dia para poder conhecer um pouco melhor esse novo lado da sua família e se vê em um país lindo e cheio de pessoas simpáticas, exceto Alex, filho do primeiro casamento da mulher falecida do sua pai, que apesar de ser ridiculamente lindo insiste em provocá-la ao extremo. Aos poucos, ela se vê perdida entre duas realidades diferentes e, para piorar, se apaixonando pelo cara errado. 

Vocês com certeza já ouviram/viram/leram uma estória ao menos parecida com essa, certo? E a premissa de Simplesmente Ana é sim bem cliche, mas o mérito da autora foi transformar a sua estória em uma coisa única através dos elementos que ela utilizou no decorrer da estória. 
A narrativa da Marina Carvalho não me agradou muito no começo porque ela é bem direta e muitas vezes passou um pouco depressa demais pelos acontecimentos, principalmente nos primeiros capítulos, mas logo que você se acostuma com essa forma mais crua de narrativa a leitura flui super bem, já que é bem simples e divertida. O que eu gostei mesmo foi que ela incluiu muitos elementos da cultura brasileira durante na estória, passando pela culinária, pela música e até mesmo por programas de TV, como o Mais Você e o Fantástico, é muito gostoso ler um livro que traz a cara do Brasil, se tornando muito mais fácil de se identificar com a personagem. Além disso, a autora também cita muitas referências atuais de música, filmes e séries, o que, mais uma vez, traz a estória para mais perto da nossa realidade. 

A Ana é um personagem muito fácil de se relacionar porque ela é muito real, nós acompanhamos toda a estória de dentro da cabeça dela, conhecendo todos os seus pensamentos, sentimentos e defeitos. A Ana não é uma personagem perfeita e não é a caracterização da princesa ideal e isso é muito interessante de se perceber, ela é impulsiva, cabeça dura e muitas vezes tomou decisões ruins. Mas quem nunca, não é? Só que, ao mesmo tempo, ela nunca modificou sua essência e suas crenças mesmo que sua vida tenha dado um giro de cento e oitenta graus. Ela ama demais as pessoas que são importantes na sua vida, é divertida, sarcástica e muito observadora. Já quando o Alex eu não tenho muito o que falar, ele é aquele tipo de mocinho incrivelmente lindo, que é um pé no saco no começo e se torna um verdadeiro príncipe no final, aquele tipo de cara que te arranca suspiros durante boa parte do livro e que te faz implorar para encontrar um desses na vida real. O romance tem aquele quê de impossível que torna tudo muito mais interessante e que, apesar da gente já saber como vai terminar - é um chick-lit, oi? -, faz com que nós torçamos com toda força para que eles fiquem juntos. O casal tem química e, ainda bem, não tem nada de amor a primeira vista, os momentos deles juntos foram bem construídos e acompanhar a Ana se apaixonar pelo meio irmão que tem uma namorada insuportável se tornou uma experiência super gostosa. 

Gostei bastante de como a autora descreveu Krósvia e se tornou impossível não querer conhecer esse país fictício, é tudo tão lindo que dá um ar ainda mais mágico de conto de fadas para a estória. Apesar da narrativa se tornar menos superficial ao decorrer do livro, senti falta da estória explorar mais a relação de Ana com o pai que ficou em segundo plano e podia ter sido mais aproveitada. Mas entendo que como o grande assunto do livro sempre foi o romance isso é natural. 
Muita gente criticou o fato da sinopse lembrar bastante os livros da série Diários da Princesa da Meg Cabot e, infelizmente, não posso falar muito sobre o assunto porque só vi os filmes, mas vi resenhas de quem leu ambos e segundo essas resenhas o desenrolar de cada estória é bem diferente. Eu não considero um plágio já que a própria autora citou os livros da Meg Cabot durante a estória, o que mostra que a Marina Carvalho sabia muito bem que a sua premissa não era única. 

Só tenho mais uma crítica que é em relação a capa, não sei vocês mais eu não gosto nem um pouco dela. Ela tem sim elementos que lembram a estória, mas ela não faz nenhum sentido para mim - o que uma poltrona está fazendo no meio do nada? - e não gostei de alguns elementos gráficos também. Para mim o livro merecia uma capa melhor, talvez mais simples e bonita. Quero saber o que vocês acharam da capa, escrevam nos comentários para mim ver se eu sou a única que não gostou.

É muito bom conhecer novos autores nacionais, principalmente quando começam com tão bem como a Marina Carvalho fez em Simplesmente Ana. Pode melhorar bastante, é claro, mas esse livro só mostra o potencial da autora. Como disse no começo, esse não é um livro maravilhoso e memorável, mas é uma estória gostosa de acompanhar, divertida e que vai te arrancar algumas risadas e suspiros.
— Mas o que deu em você? Comprando feito louca, se zangando com um desconhecido...    — Duas coisas: um pai muito rico e generoso mais um enteado arrogante.
Vencida por dez pirralhas que passaram o dia comigo e deveriam estar do meu lado. O que um homem bonito faz com o cérebro das mulheres? Congela?
— Sempre ouvi dizer que saudade é uma palavra exclusiva da língua portuguesa. Quando dizemos que estamos com saudade, significa que sentimos uma falta tão imensa de alguém que a dor queima no peito. É como se a alma ficasse meio perdida sem a proximidade das pessoas de quem temos saudade.

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2 comentários

  1. Oi, Carol!
    Li sua resenha no Skook e adorei. Além de escrever superbem, você se expressa com muita clareza. Está de parabéns!
    Só para informar, Simplesmente Ana terá continuação. Já estou trabalhando na sequência. Prometo explorar mais o relacionamento pai e filha.
    Beijos,
    Marina Carvalho

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  2. Livro realmente delicioso de ser ler, daqueles de vc não conseguir largar enquanto não termina. E essa tal de Krósvia, hein? Que vontade de ir lá e assistir o show do Bon Jovi junto com a Ana. Romance leve, gostoso, que dá vontade de estar no lugar da protagonista.

    Parabéns pela resenha e pelo blog!

    adriana medeiros

    minhavelhaestante1.blogspot.com

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