Resenha: Belo Desastre por Jamie McGuire

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Sinopse: A nova Abby Abernathy é uma boa garota. Ela não bebe nem fala palavrão, e tem a quantidade apropriada de cardigãs no guarda-roupa. Abby acredita que seu passado sombrio está bem distante, mas, quando se muda para uma nova cidade com America, sua melhor amiga, para cursar a faculdade, seu recomeço é rapidamente ameaçado pelo bad boy da universidade. Travis Maddox, com seu abdômen definido e seus braços tatuados, é exatamente o que Abby precisa - e deseja - evitar. Ele passa as noites ganhando dinheiro em um clube da luta e os dias seduzindo as garotas da faculdade. Intrigado com a resistência de Abby ao seu charme, Travis a atrai com uma aposta. Se ele perder, terá que ficar sem sexo por um mês. Se ela perder, deverá morar no apartamento de Travis pelo mesmo período. Qualquer que seja o resultado da aposta, Travis nem imagina que finalmente encontrou uma adversária à altura.
Título: Belo Desastre
Autor(a): Jamie McGuire
Páginas: 389
Editora: Verus
Avaliação: 4,5/5

Antes de tudo, Belo Desastre não é um livro YA, na verdade ele se encaixa na classificação New Adult. É uma história politicamente incorreta que fala sobre um amor obsessivo, contém violência e trata de bebidas, drogas e de sexo de forma bem mais explícita do que em livros adolescentes. Fui despreparada para o que ia encontrar e acabei tão envolvida com a história que fiquei seis horas seguidas lendo sem conseguir ir dormir sem saber o final.


Abby foi para uma faculdade bem longe, com a sua melhor amiga América, para fugir do seu passado perturbador. Quando ela conhece Travis, o primo do novo namorado da sua amiga, ela vê nele tudo aquilo do que ela estava tendo fugir, ela vê o que ela era no passado. Mas quando se tornam amigos e ela passa a conviver com ele, ambos vão começar a desenvolver uma dependência da qual eles não podem fugir.

Eu poderia descrever esse livro em uma só palavra: intenso. A autora levou os seus personagens no limite dos seus sentimentos e é praticamente impossível não se envolver com a história. E ela explora um tipo de amor que eu, particularmente  não gosto, mas que não deixa de ser real e que, de uma forma estranha, te conquista.  

Travis é um dos personagens mais voláteis que eu já vi, ele é ciumento, possessivo, agressivo - muito agressivo -, mas ao mesmo leal, protetor, apaixonado e com um humor ácido que dá alguns momentos engraçados durante a leitura. E a autora faz com que nossos sentimentos também se tornem confusos, eu amava ele quando era fofo e cuidava da Abby, eu o odiava quando ele fazia besteira ou tinha crises de ciúmes e ficava com medo quando ele destruía a casa ou espancava alguém. Ou seja, eu tive uma relação de amor e ódio com ele. 

A Abby é indecisa, cautelosa, desconfiada e confusa durante quase todo o tempo, mas esse comportamento é que justificado pelo seu passado. Mas eu gostei dela, apesar de tudo. A América e o Shepley são personagens extremamente necessários para balancear a relação conturbada de Travis e Abby e são aquele tipo de amigo perfeito que faz você cair de amores por eles. Outros personagens que não aparecem muito, mas que eu gostei, foi a família de Travis e está aí o grande problema do enredo. A autora tenta colocar a culpa pela agressividade e falta de controle de seus sentimentos de Travis por ele ter sido criado em uma casa só com homens que gostavam de brigar entre si. Mas quando nós conhecemos os personagens a autora nos mostra pessoas nada agressivas e sim muito simpáticas e com uma relação de carinho entre si. Realmente não colou essa desculpa, era melhor então que ela justificasse que ele simplesmente era assim.

Acho que o grande acerto foi explorar um tipo de relacionamento que nós não encontramos muito por aí. A relação dos dois, desde o começo, é intensa e dá origem a um amor onde Travis depende dela e faz tudo por ela e onde ele mostra um ciúmes possessivo e que ela não consegue ficar longe. Não é um relacionamento fofo ou que te dá vontade te ter um desses pra você e nem que te deixa sonhando em encontrar  um Travis na sua vida. Não, nem de longe. Mas mesmo assim você se envolve, você sente aquele frio na barriga e quando menos espera torce com todas as suas forças para que eles fiquem juntos. Sei que parece contraditório, mas é isso que Belo Desastre faz com os leitores, faz com que nossos sentimentos entre em conflito assim como os dos personagens.

A narrativa é simples, flui e é viciante, as cenas de lutas e tensão são bem contadas e a autora sabe mostrar os sentimentos dos personagens e mesclar com momentos divertidos. As cenas de sexos são sim mais descritivas, mas não é nada que incomode e passa longe da vulgaridade. E a autora ganhou pontos comigo por ter saído do já cliche colegial e ter levado para a faculdade, adoro livros assim. Vi muitas críticas por causa do final, mas eu achei que se encaixou bem no personalidade impulsiva de Abby e Travis quando estão juntos.

É um tipo de leitura que te tira da zona de conforto, que meche com os sentimentos, que te rouba o ar e faz você questionar se o que você acreditava ser tão errado é mesmo tão errado assim. E o mais chocante é pensar que isso sim é uma história de amor real, onde o romance não é perfeito, ele ultrapassa limites, sai do controle, é marcado por erros e é, acima de tudo, intenso. Leiam!


A autora pretende lançar ano que vem, lá nos EUA, um livro com a versão do Travis da história. Acho desnecessário esse negócio de uma outra visão da mesma história, mas enfim, vamos ver como fica.

No momento em que nos conhecemos, algo dentro de nós dois mudou e, o que quer que tenha sido, fez com que precisássemos um do outro. Por motivos que eu não conhecia, eu era a exceção na vida dele, e, por mais que eu tentasse lutar contra os meus sentimentos, ele era a minha.
- Um brinde! Aos babacas! E às garotas que partem o coração da gente. E ao horror de perder sua melhor amiga porque você foi idiota o bastante para se apaixonar por ela. 
- É perigoso precisar tanto assim de alguém. Você está tentando salvar o Travis, e ele espera que você consiga. Vocês dois são um desastre. 

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