Resenha: A 5ª Onda por Rick Yancey

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Sinopse: Depois da primeira onda, só restou a escuridão. Depois da segunda onda, somente os que tiveram sorte sobreviveram. Depois da terceira onda, somente os que não tiveram sorte sobreviveram. Depois da quarta onda, só há uma regra: não confie em ninguém. Agora “A Quinta Onda” está começando... Cassie está sozinha, fugindo dos Outros. Ela vive em uma Terra devastada, onde qualquer pessoa, até mesmo uma criança, pode ser o inimigo. Um inimigo que parece humano, que espreita em todos os lugares, pronto para aniquilar os últimos sobreviventes. Permanecer sozinha é permanecer viva – Cassie acredita nisso até encontrar Evan Walker. Mas será que ela pode confiar nele? Será que ele pode ajudá-la a resgatar o irmão? Chegou o momento em que Cassie deve escolher entre a esperança ou o desespero, entre enfrentar os Outros ou se render ao seu destino, entre a vida ou a morte. Entre desistir ou lutar!
Título: A 5ª Onda
Autor(a): Rick Yancey
Páginas: 368
Editora: Fundamento
Avaliação: 4,5/5

Não sei dizer quantas vezes ouvi falar sobre A 5ª Onda nos últimos dois anos. Depois de finalmente parar para descobrir sobre o que o livro era finalmente me interessei por ele, mas foi depois de enrolar muito que me rendi aos milhares de elogios aos livros do Rick Yancey. E me arrependi profundamente de não ter lido antes. O livro é sensacionalmente bem escrito!



Se te algo de incrível em A 5ª Onda é como você se sente de verdade dentro de um mundo apocalíptico, com toda a destruição, todas as incertezas e todas as perdas. O mundo que o autor criou é completamente incrível, você consegue perceber como ele construiu cada pequeno detalhe fazendo dele algo complexo e intrigante. Eu fui completamente absorvida por esse mundo e me senti dentro da estórias com os personagens, sem poder confiar e nada e ninguém e ficar cem por cento do tempo com medo do que pode acontecer. 
E eu amei a forma como o autor abordou um ataque alienígena. A sensação é a de que se algo do tipo acontece as coisas seriam muito parecidas com o que vemos nas páginas do livro. Para mim isso é tema muito delicado que pode cair no clichê e no absurdo, mas foi tratada de uma forma muito inteligente aqui. (E um ps, não consegui evitar de perceber uma certa semelhança com A Hospedeira em certos pontos - apesar de só ter visto o filme e não lido o livro.)

Outro ponto super positivo do livro: a narrativa. De verdade, não sei passar para vocês como eu me apaixonei pela escrita do Rick Yancey. Além de ter uma narrativa envolvente e dinâmica, saber criar cenas repletas de tensão e ação e clima de suspense que permeia a obra como um todo, o autor consegue construir passagens incríveis! De verdade, apesar não ter uma narrativa poética, o Rick Yancey consegue fazer críticas incríveis através de trechos e frases memoráveis. Eu leria o livro apenas por isso, mesmo se ele não fosse bom em todos os outros quesitos. 

Porém o grande mérito de A 5ª Onda são os seus personagens. O livro tem uma gama repleta deles e intercala a narrativa através de três desses personagens, mas tem claramente um destaque: Cassie. Gente, que protagonista maravilhosa! Ela é super badass e corajosa, mas também tem um profundidade de sentimentos que está por trás de cada uma de suas ações. Eu simplesmente me apaixonei pela personagem e pela sua maneira de narrar a estória, e não é por nada que são os capítulos contados pelo seu ponto de vista que são os meus preferidos do livro. Toda a sua estória e a sua relação com o seu pai e o seu irmão - personagens ótimos também - são tocantes e belamente construídas. 
Também gosto muito do Ben e o que ele adiciona para a estória. Ele pode não ser um personagem tão completo quanto a Cassie, mas é definitivamente alguém que vai ganhando a sua afeição aos poucos e se mostrando um ótimo protagonista. E, uma pequena observação, quão incrível é a conexão que o Rick Yancey constrói com todos os seus personagens? Amo enredos fechados <3!

Acontece muita, mas muita coisa mesmo no livro! Nós conhecemos tudo o que aconteceu até a quarta onda e ainda vemos todo o desenrolar a partir dela e vou me limitar a dizer que a a estória se desenvolve pra caramba! E é sensacional como o autor engana o leitor. No mundo apresentado no livro você vive o tempo todo sem confiar em nada e ninguém e o autor faz isso com você, ele brinca com as suas concepções e te engana ao te fazer chegar a diferentes conclusões. Porém confesso que uma das coisas eu desconfiei desde o começo e não foi uma surpresa tão grande assim, mas nada que prejudicasse a leitura. 
O meu único problema é que às vezes em meio a tantas informações e tantas reviravoltas eu acabei ficando um pouco perdida nos acontecimentos e na narrativa. O fato de as narrativas alternarem sem uma indicação no começo do capítulo sobre quem está narrando também contribui muito com isso. 

Para quem ainda não sabe o filme vai ganhar uma adaptação - um dos motivos que me levou a ler o livro, confesso - no ano que vem que já começou a ser gravada e tem a Chloe Grace Moretz no papel de Cassie, O livro tem TUDO para dar um filme incrível e espero de verdade que não cometam nenhuma burrada. Estou mais que ansiosa para assistir!

A 5ª Onda seria o que eu definiria como um livro pós-apocalíptico perfeito, Cheio de ação, reviravoltas, personagens incríveis, um mundo interessantíssimo e uma narrativa maravilhosa. Agora eu vou correndo ler o segundo livro, que já foi lançado aqui no Brasil, porque um livro sé não é suficiente. De verdade, leiam! Vale a pena cada página.
Quando choro, quando me permito chorar, é por quem eu choro. Não choro por mim. Choro pela Cassie que se foi. E me pergunto o que essa Cassie iria pensar a meu respeito. A Cassie que mata.
Não havia um enxame de alienígenas descendo do céu em discos voadores ou grandes andadores de metal como algo saído da Guerra das Estrelas ou pequenos E.T.s enrugados e bonitinhos que só queriam arrancar algumas folhas, comer alguns confeitos de chocolate e ir para casa. Não é assim que termina. Não é assim que termina, mesmo. Tudo termina conosco nos matando uns aos outros atrás de fileiras de refrigeradores de cerveja vazios na luz mortiça do fim de um dia de verão.
(...) se não matar todos nós de uma vez, não serão os fracos que vão sobreviver. É o forte que vai permanecer, os dobrados, porém intactos, como as barras de ferro que davam resistência a este concreto. Enchentes, incêndios, terremotos, doenças, fome, traições, isolamento, assassinato. O que não nos mata nos fortalece. Endurece. Disciplina.

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