Resenha: O Lado Bom da Vida por Matthew Quick

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Sinopse: Pat Peoples, um ex-professor de história na casa dos 30 anos, acaba de sair de uma instituição psiquiátrica — mas ele não se lembra o que fez nem quanto tempo ficou por lá. Para trazer a sua vida de volta aos eixos, Pat passa a seguir uma nova filosofia de vida, que inclui entrar em forma, ser gentil e, principalmente, fazer de tudo para se reconciliar com a ex-mulher, Nikki.
Título: O Lado Bom da Vida
Autor(a): Matthew Quick
Páginas: 254
Editora: Intrínseca
Avaliação:  4/5

Pat acaba de sair de uma instituição psiquiátrica, a qual ele cham a de seu lugar ruim e que não sabe direito se passou meses ou anos lá dentro. O seu único objetivo na vida é reconquistar a mulher Nikki que, ele não sabe bem o porque, deram um tempo. Para isso ele resolveu mudar seus hábitos, tentando ser mais gentil, lendo os livros que sua mulher mais gosta e malhando muito para que chegue em sua antiga forma física. 



Mas apesar dessa ser sua maior prioridade, Pat também precisa se reintegrar no mundo e na sua família. Para isso ele tem que conquistar o respeito do pai e o afeto do irmão, além de voltar a se relacionar seus antigos amigos, e até mesmo conhecer outros como Tiffany, uma mulher que assim como ele frequenta a terapia e que de seu modo estranho quer ser sua amiga.

O maior desafio do livro é que a narrativa em primeira pessoa é feita por uma pessoa com deficiência mental, onde Pat não se lembra muito bem da sua própria história, não tem uma consciência definida de quantos anos de sua vida passou internado e que tem a mentalidade de um criança o que reflete diretamente em uma narrativa e diálogos simples. E por isso também nos ficamos confinados no ponto de vista limitado e meio perdido de Pat, mas isso não é uma característica ruim. Apesar da escrita ser simples e sem muita profundidade, ela é muito honesta e entre as entrelinhas transparece todo o sentimento e os conflitos que o autor queria passar.  Além disso o falta de memória dele cria um mistério sobre o que aconteceu de verdade com ele e Nikki e porque ele foi parar em um centro psiquiátrico. 

O Pat é um personagem cativante apesar de tudo, mesmo com a sua obsessão por Nikki e por fazer tudo para conseguir voltar com ela, não tem como não se sentir conquistada por uma pessoa que procura sempre o lado bom das coisas e que quer ver todos que estejam a sua volta felizes. Mas os personagens que mais me chamaram a atenção foi a família de Pat, em meio a uma mãe super protetora,  um pai que o rejeita por sua doença mental e um irmão que quer de todas as formas reconstruir os seus laços com ele essa se torna a parte mais comovente do livro. E a forma com que o autor cria e desenvolve um elo entre eles pela paixão da família pelo esporte é uma jornada incrível de acompanhar.

Uma das preocupações do autor foi mostrar como é difícil para uma pessoa com algum tipo de distúrbio se reintegrar na realidade, não só pela suas limitações de saúde, mas também pelo fato de sempre parecer que você não se encaixa ali, que você não é como os outros. E é ai que entra a Tiffany, um pessoa que passa e sofre com situações semelhantes. Confesso que não gostei muito da personagem, ela é extremamente irritante em algumas partes, mas ela tem uma importância inegável no amadurecimento de Pat.

Apesar de parecer, o livro não é só um divertimento, ele pode sim te arrancar risadas e ser lido rapidamente, mas trata de assuntos sérios e traz muitas mensagens por trás da sua narrativa simples e sincera. O Lado Bom da Vida, é um livro ótimo, com personagens verdadeiros e cativantes e uma narrativa deliciosa (a parte da montagem foi genial), mas não tem nada e o que o faz se destacar em meio a outros livros que tratam de assuntos parecidos, infelizmente. Mas, sabendo disso, indico para quem gosta desse tipo de leitura. 
Dói olhar para as nuvens, mas também ajuda, como a maioria das coisas que causam dor.
Parece triste. Parece com raiva. Parece diferente de todas as outras pessoas que conheço — ela não consegue fingir aquela expressão feliz que os outros fingem quando sabem que estão sendo observados.
Mas vou lhe dizer o mesmo que digo para meus alunos quando se queixam sobre a natureza deprimente da literatura americana: a vida não é um filme de censura livre para fazer com que a pessoa se sinta bem. Muitas vezes a vida real acaba mal, como aconteceu com nosso casamento, Pat.

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