Resenha: De Volta Para Casa por Karen White
13:12Resenha: Cassie Madison fugiu de Walton, Geórgia, para Nova York quando soube que sua irmã, Harriet, e seu amor, Joe, a tinham traído e iam se casar. Ao chegar em Manhattan, sua ideia era se reinventar, mergulhar de cabeça na carreira e até mesmo perder o sotaque provinciano. Tudo para apagar seu passado marcado pela traição e por uma família que não lhe tratara com o devido cuidado.Mas, numa noite, um único telefonema de sua irmã trouxe de volta tudo o que ela pretendia esquecer. Com o pai muito doente, ela foi obrigada a fazer a viagem de volta e, enquanto arrumava as malas, seus maiores medos eram que o pai morresse sem que ela pudesse estar com ele e... encontrar a família feliz que Harriet e Joe tinham construído.Já em Walton, Cassie percebeu que enfrentaria uma imensa batalha particular, porque, afinal, ela não conseguia deixar de amar seus sobrinhos — e nem deixar de se sentir em casa, naquela cidadezinha de sua infância.Enquanto se dividia entre o rancor e a esperança, velhas e queridas lembranças e uma mágoa insustentável, o destino arrumaria uma forma de aproximá- la do que realmente importa: o verdadeiro amor.
Título: De Volta Para Casa
Autor(a): Karen White
Páginas: 448
Editora: Novo Conceito
Avaliação: 3/5
Eu tenho uma queda por estórias cheia de romance e de sentimento então não é nenhuma uma novidade eu ter me interessado por De Volta Para Casa. Confesso, também, que o livro tomou rumos que eu não esperava e me emocionou ao ponto de arrancar uma boa quantidade de lágrimas. O livro não é perfeito, mas tem uma linda mensagem e vale a leitura.
Sem saída, Cassie planeja uma rápida visita a Walton, mesmo que para isso ela tenha rever tanto as pessoas que amava como seu pai e sua tia, como também a imã, o cunhado e seus cinco sobrinhos que ela nunca chegou a conhecer. O que ela não esperava era descobrir que nunca tinha realmente deixado Walton para trás e muito menos que ela acabasse encontrado mais felicidade ali do que no lugar onde construiu sua "perfeita e feliz" vida.
A Cassie é uma personagem que você já sabe mesmo antes de começar a leitura que vai te irritar em diversos momentos porque todo esse rancor e mágoa que ela carrega limitam sua visão da realidade e controlam boa parte de suas ações. A personagem passou por situações difíceis e essa sua volta para Walton é só o começo de mais um par delas porque, não se enganem, a doença do seu pai é só o pontapé para tudo que vai acontecer na estória. Confesso que fiquei um pouco desapontada com a questão de que o perdão da Cassie aconteceu de forma meio que esquecida e rápida, se levando em conta o quantidade de tempo que eles ficaram sem se falar. Mas, por outro lado, a autora trabalhou muito os laços entre os personagens.
É muito encantador conhecer a cidade de Walton, um lugar onde todo mundo ajuda todo mundo e se preocupa com todo mundo o que faz o relacionamento entre as pessoas que vivem ali serem, quase sempre, mais intensos que o normal. Ver a Cassie reconstruindo e criando
esses laços é um dos pontos que perdura todo o livro e demonstra o amadurecimento da personagem.
O livro é narrado em terceira pessoa, mas o foco oscila entre a Cassie, a Harriet e a Maddie, sobrinha mais velha da protagonista. Isso é muito interessante porque temos a visão da Cassie de agora, da Cassie de antes e de uma pessoa de fora que analisa tudo sem sentimentos que interferiam o ponto de vista. É difícil falar sobre a Harriet porque não é nem questionável que foi errado o que ela fez com a irmã, porém é contraditório perceber que em nenhum momento ela quis machucar a Cassie e que, de verdade, ela e Joe foram feitos um por outro. Essa situação demonstra bem uma das questões abordadas pela autora durante o livro que é a de que a vida é feita de sacrifícios e que, nem sempre, é possível ser feliz sem acabar machucando o outro.
O livro tem bastante romance, sendo essa parte bem previsível. Não me entendam mal, eu adorei o par da Cassie - que eu não vou falar quem é para não estragar nada para vocês -, mas no exato momento que ele apareceu eu tinha certeza do que iria acontecer. O casal tem química, o desenrolar acontece no tempo certo e o personagem é aquele tipo de mocinho perfeito: engraçado, fofo, carinhoso, lindo e extremamente carismático. Na realidade, todos os personagens conquistam o leitor. Desde os principais, passando pelas crianças e até mesmo os secundários.
Acho que o maior defeito da estória é a previsibilidade, é um saco quando a gente lê muito coisa porque acabamos pegando muita coisa antes do tempo e sinto que foi isso que aconteceu aqui. O livro levanta um certo mistério e metade dele eu descobri logo de cara, bem antes da autora lançar as pistas mais óbvias para o leitor. Não que esse gênero requeira mistérios complicados e revelações surpreendentes, mas não dá para negar que você já começa a leitura sabendo como vai terminar. Porém o bom aqui é que, mesmo tendo uma ideia de tudo, você ainda fica contagiado pela leitura e não consegue largar o livro. Não dá para negar, também, que o livro fala de sentimentos de uma forma intensa e marcante, que encanta com os laços criados pelos personagens, sendo a relação de Cassie com seus sobrinhos um grande exemplo, e ao mesmo tempo diverte o leitor com passagens engraçadas e divertidas.
A Karen White abusa dos sentimentos aqui, ela quer emocionar o leitor e consegue, principalmente no final. Mas, de verdade, é impossível não chorar em uma situação daquela. Resumindo, é um livro que fala de perdão e, principalmente, de achar o seu lugar no mundo e faz isso com uma narrativa gostosa e com personagens encantadores e marcantes. É uma estória linda e indispensável para quem gosta de um bom drama e um bom romance.
— Você não acredita mesmo nisso, acredita? Que, em meio a milhões e milhões de pessoas no mundo, há somente uma para cada um de nós?
Suas lembranças decoravam seu quarto na casa do pai como um museu — pingentes, flores secas, convites amarelados e até o elefante cor-de-rosa. Muitas vezes desde a sua volta, ela foi até o quarto com um saco de lixo vazio para se livrar de tudo aquilo, mas ainda não conseguira retirar uma fita sequer. A velha Cassie talvez tenha ido embora, mas ela não estava preparada para ser varrida, encaixotada e esquecida.
— E acho que está enganada em relação a sacrifícios. Amor é só sacrifícios, grandes e pequenos. Só conhecemos o amor verdadeiro quando nos damos conta de que desistiríamos de tudo por alguém.
1 comentários
Eu não sou muito chegada em romances do tipo, mas confesso que já tem algum tempo que esse livro vem me chamando atenção, gostaria muito de ler e gostei da sua resenha!
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