Filme x Livro: Percy Jackson e O Mar de Monstros

13:35


É sempre difícil como fã de determinado livro ou série comentar sobre suas adaptações porque sempre queremos que aquela estória passe para as telas com a mesma perfeição que existe nos livros. Porém nunca é exatamente assim. No caso de Percy Jackson é ainda mais difícil já que o filme do primeiro livro, O Ladrão de Raios, foi muito polêmico e decepcionante. O Mar de Monstros veio com a promessa e expectativa de consertar os - inúmeros - furos do primeiro filme e ser mais fiel a obra de Rick Riordan. E posso adiantar que, apesar de várias mudanças e alguns deslizes (como a ideia infeliz da cena com Cronos), eu saí feliz e satisfeita do cinema. 


Antes de tudo, para vocês entenderem a minha visão do filme eu preciso contar que eu assisti o primeiro filme antes de ler os livros e apesar de gostar menos do filme ao conhecer a estória original eu não sou igual a maioria dos fãs da saga que odeia a adaptação com todas as suas forças. Ver o filme primeiro me deu outra visão, eu acho, como, por exemplo, não conseguir imaginar o Percy sendo interpretado por outro ator sem ser o Logan. Ou, aceitar de formas mais aberta mudanças no roteiro, o que ainda está muito presente nesse segundo filme. 

Thor Freudenthal, o diretor desse segundo filme, tinha pela frente o grande desafio de, em menos de duas horas, concertar os erros do primeiro filme, inserir elementos que foram deixados para trás e, é claro, contar a estória do segundo livro. Isso pedia mudanças já que o tempo para contar a estória do Mar de Monstros teria que ser reduzido. E eu aceitei as mudanças muito bem durante boa parte do filme, já que elas não mudaram a essência e o clima do livro, só que a inserção do Cronos da forma que foi feita no final me irritou e desapontou bastante. Mas vamos por partes.


O filme já começa concertando muitos erros deixados para trás com o flashback da chegada da Annabeth, do Luke e da Thalia guiados pelo Grover e a inserção de personagens importantes como o Sr. D e a Clarisse. Vocês sabem que o Sr. D é um dos meus personagens favoritos da série por não ser exatamente bom ou ruim e sempre fazer ótimas piadas e o Stanley Tucci (ator que eu AMO) conseguiu trazer muito da personalidade do personagem com o seu pouco caso com os campistas, sua cretinice e sua mania de errar o nome de todo mundo (Teve até cena dele tentando tomar vinho e fracassando). 

Como muitos de vocês eu duvidei um pouco da escolha da Leven Rambin para ser a Clarisse, mas a atriz calou a minha boca logo nas primeiras cenas e continuou a fazer isso durante todo o resto do filme. A Clarisse das telas, apesar de ser bem diferente fisicamente da dos livros, sustenta todo o ego gigantesco da personagem, sua determinação, implicância com todo mundo (principalmente com o Percy) e a sua eficiência quando o assunto é sair batendo em todo mundo. 

O Percy (Logan Lerman), nesse segundo filme, não está no seu melhor momento. Se sente abandonado pelo pai que não lhe dá qualquer atenção e está perdendo a confiança em si mesmo ao ser ver sendo vencido pela Clarisse em todos os quesitos e tudo piora quando Tyson chega ao acampamento. A chegada do personagem na estória foi, sim, diferente, mas a reação do Percy ao descobrir o que o Tyson é de verdade é idêntica a que ele teve no livro. Ele fica com raiva do pai, fica envergonhado e com ciúmes e adorei que tudo isso foi passado dessa forma para as telas.

O Tyson (Douglas Smith) do filme não tem o ar bobão que tem nos livros, mas mantêm a mesma inocência característica do personagem e, diferente de tudo que pudíamos prever, tem muito conhecimento da mitologia, dando uma de Annabeth em vários momentos. 

Falando na Annabeth, senti que a personagem da Alexandra Daddario contribui muito pouco durante o filme, ficando um tanto quanto apagada em meio aos outros personagens e só se sobressaindo quando interagia com o Percy, que mostram uma amizade muito bonita no filme. O cometário do Hermes perguntando se eles sempre terminavam a frase um do outro, além de fofo, demonstrou bem isso.

O fato do Grover ser sequestrado só mais para frente da estória não foi uma coisa que me incomodou, achei até interessante a razão pela qual eles fizeram isso acontecer e como a presença do Bradon T. Jackson trouxe bastante comicidade para o começo do filme. A comédia, na verdade, foi um dos grandes destaques do filme que consegue arrancar muitas risada, mesmo no meio de momentos mais tensos. 
Fica como destaque também a primeira aparição do nosso amado Oráculo, mas que errou feio na hora de contar como Cronos foi derrotado. Sei lá gente, acho que um filme inspirado em um livro que teve como ideia original ensinar mitologia errar na hora de explicar exatamente a mitologia é o erro mais grotesco de todos! Sei que muita gente ficou insatisfeita pelo Percy conhecer a sua grande profecia já nesse filme, mas entendo que isso foi feito para instigar a curiosidade para os próximos filmes. 

Bom, eu poderia continuar comentando cena por cena mas acho que isso tiraria um pouco da graça, certo? Então foi generalizar as minhas outras opiniões. O filme têm muita ação, assim como o livro, mas infelizmente não mostra muita coisa da mitologia em si, damos de cara com várias criaturas/monstros, mas não nos explicam o que eles são. Também senti muita falta dos sonhos dos personagens, que é uma marca registrada dos livros do Rick Riordan.

A mensagem principal do filme é sobre família (o que achei super interessante) e isso é personificado pela relação do Percy com o Tyson e pela relação do Luke (Jake Abel) com o seu pai, Hermes (Nathan Fillion). Falando no Luke, o personagem teve muito mais destaque no filme do que no livro e eu achei essa uma mudança bem positiva. As mudanças continuam presentes, mas todos os elementos principais também, como o Princesa Andrômeda, o Navio dos Confederados Mortos e até a Circe foi introduzida de forma indireta. Então, eu posso dizer que estava bem satisfeita com tudo, mas aí resolveram dar vida a Cronos. 

Me desculpem, achei toda aquela cena desnecessária. Fez Cronos parecer um vilãozinho de nada, estragar a relação entre o Luke e ele (importantíssima para o resto da estória) e fazer o filme passar lições erradas de mitologia. (Obs: A Contracorrente como lâmina ceifadora? SÉRIO?) Quis socar alguém durante toda aquela baboseira. 



Mas, felizmente, as cenas finais voltaram a me agradar e a me dar esperanças para que o a adaptação de A Maldição do Titã (que parece bem provável depois desse segundo filme) seja ainda melhor. Eu gostei do filme e acho que ele manteve bem o clima do livro, foi mais fiel que o primeiro e é bem divertido. Só não foi perfeito por causa daquela maldita cena. 

Quanto aos quesitos mais técnicos, eu gostei bastante da trilha sonora e da fotografia do filme. Assisti em 3D, mas achei que o recurso poderia ter sido melhor utilizado nas cenas de ação, só que mesmo assim acho válido para quem tiver a oportunidade. 

Posso dizer, como fã, que entrei no cinema com expectativas altas, mas já esperando mudanças e por isso saí satisfeita. Acho que valeu a pena esperar tanto por esse segundo filme e eu quero mais. 

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3 comentários

  1. O filme anterior foi mto decepcionante, então estou no aguardo desse com bem menos empolgação, pelo q vi de trailers, acho q eles consertaram coisas, mas ainda vai ficar a desejar pq queremos sempre os mesmos detalhes q os livros...rs

    Andy_Mon Petit Poison

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  2. Eu gostei do primeiro filme, quando assisti pela primeira vez, já que eu ainda não havia lido os livros. Depois, quando li o livro fiquei TÃO decepcionada, que porcaria que fizeram!
    No entanto, estou bem tranquila em relação ao segundo, não espero nada totalmente fiel ao livro, mesmo porque é impossível devido ao primeiro filme. Só espero que seja uma boa continuação, que corrijam os erros absurdos e que tenha boas cenas de ação. :)
    Amei o post, você escreve MUITO bem!

    Beijos
    Livros e blablablá

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  3. Penso igual em boa parte do que disse, mas, diferentemente de vc, eu sai decepcionada do cinema. Tinha muitas expectativas em relação ao filme e, assim como no primeiro filme, continuo achando q os produtores não conseguiram colocar a essência dos livros do Tio Rick nas telinhas. Amei o inicio do filme e as cenas engraçadas do Grover, absolutamente ameeeeeeiiiiii o Tyson no filme, mas ainda assim não foi o q eu queria (estou querendo demais, eu sei rsrsr). Fui ao cinema com amigos q não leram os livros e quando sai calada e quando me perguntaram o pq eu respondi: " ainda estou tentando digerir a cena do Cronos."

    Amei seu post!!!
    bjuss

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