Resenha: Convergente por Veronica Roth

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Sinopse: Uma escolha irá te definir. E se todo o seu mundo fosse uma mentira? E se uma única revelação - assim como uma única escolha - mudasse tudo? E se o amor e a lealdade fizessem você fazer coisas que jamais esperaria? A conclusão explosiva para a trilogia Divergente, bestseller mais vendidos do New York Times, revela os segredos de um mundo distópico que cativou milhões de leitores em "Divergente" e "Insurgente"!
Título: Convergente - Divergente #3
Autor(a): Veronica Roth
Páginas: 528
Editora: Rocco
Avaliação: 3/5

Contém spoilers dos livros anteriores.
Se vocês me acompanham a algum tempo já devem ter me visto dizer que Divergente era, até pouco tempo atrás, a minha distopia favorita entre todas as que eu já - e olha que são muitas! Por isso esperava muito do desfecho dessa estória e sinto dizer que terminei decepcionada. Não é um livro ruim, mas está longe, também, de ser um ótimo volume final.


As facções foram dissolvidas e agora todos sabem que existe um mundo por trás das cercas da cidade, basicamente destruindo tudo que a Tris conhecia durante toda a sua vida. Com um guerra iminente entre os que defendem as facções e entre os que lutam pelo seu fim, Tris e Tobias se juntam a um grupo que decide sair da cidade e descobrir o que há lá fora e porque foram colocados lá dentro.

A Veronica Roth acostumou seus leitores, desde Divergente, com um ritmo alucinante de acontecimentos e reviravoltas, sendo Insurgente o grande exemplo dessa dinâmica deliciosa que ela consegue colocar em sua narrativa. Nos dois primeiros volumes tudo acontecia muito rápido, com várias cenas de ação e várias mortes a todo momento. Exatamente por causa disso eu esperava algo igual ou até mesmo melhor em Convergente, já que estamos falando do último volume da série, onde normalmente se concentra as maiores reviravoltas. Mas não foi isso que aconteceu. A autora escolheu justamente o último livro para diminuir o ritmo o que faz de Convergente um bom segundo livro, mas nunca, nunca, um bom final. Esse foi o meu maior problema durante a leitura. 

Apesar de não ser absurdamente surpreendente, eu gostei das respostas que foram nos dadas sobre o porquê das facções e do isolamento de Chicago, achei tudo muito interessante e, principalmente, tudo muito crível e possível em algum momento do futuro. Eu só acho que a Veronica Roth não soube trabalhar muito bem com a situação que criou e que a narrativa ficou desconfortável com a mudança de cenário. Eu senti que foi gasta muita atenção em situações desnecessárias e que não possuem uma influência realmente vália para o resto da estória. Até agora eu estou tentando entender qual foi a importância de de todo aquele primeiro plano em que o Tobias se envolveu. Pensando bem eu percebi que se tudo aquilo fosse retirado não ia fazer a menor diferença, iriamos evitar uma perda desnecessária e tornar a leitura mais ágil. 
Porque diferente de dois primeiros livros, a leitura de Convergente foi lenta e pesada, eu não conseguia avançar em um bom ritmo porque, como já disse, sinto que a autora se perdeu um pouco. Ela ficou apostando em situações não tão importantes e deixando os principais problemas com pouco tempo para serem desenvolvidos. 

Eu queria um livro épico, com uma grande cena de ação final e todas as outras coisas do tipo que a série merecia e isso simplesmente não aconteceu. Eu quero que vocês entendam que Convergente não é ruim, é um bom livro, acima da média, mas está muito aquém do que a série merecia e do que a própria Veronica Roth se mostrou capaz. Ele pode ter tido um baque emocional muito grande, mas não foi épico como esperava. 

Ao contrário da maioria, eu gostei do ponto de vista do Tobias. Além de sentir que era um elemento necessário para o desenvolvimento do enredo, eu achei interessante poder conhecer melhor personagem. Concordo com quem diz que não esperava um lado tão dramático dele, porque eu também não estava esperando isso, mas em nenhum momento fiquei incomodada. Eu achei extremamente interessante ver um pouco mais dos traumas e inseguranças que existem por trás da força do personagem, dando muito mais humanidade a ele. 
A Tris está em sua melhor forma em Convergente, eu admirei todas as suas ações e concordei com elas, a personagem se manteve fiel a sua personalidade e continua sendo uma protagonista forte e impactante. 

Uma das coisas que eu mais gosto na escrita da Varonica Roth é que ela não idealiza situações, sentimentos e relacionamentos. Isso pode ser muito cruel ás vezes, mas ela tenta sempre manter um pé fixo na realidade o que dá uma credibilidade ainda maior para a sua estória. Já comentei na resenha de Insurgente que eu gosto muito do relacionamento entre a Tris e o Tobias porque eles parecem um casal real, que briga e se perdoa o tempo todo, característica que é muito presente nesse terceiro livro também. Mas essa proximidade com a realidade não fica só no romance, mas em todos os aspectos do livro. Eu fiquei feliz em perceber que mesmo o seu final feliz não foi utópico e que um grupo de jovens acabou,sim, fazendo a diferença, mas não salvando o mundo todo. 

Eu fui uma das muitas pessoas que acabou, infelizmente, descobrindo o maior spoiler desse livro assim que ele foi lançado lá fora, então eu já comecei a leitura sabendo o que iria acontecer. Mas isso não me preparou como deveria. Eu entendi o que aconteceu, entendi o seu porquê e a sua importância e admiro a Veronica Roth por sua coragem de ser diferente e, mais uma vez, apostar em situações críveis e possíveis. 
Eu chorei, de soluçar e de ter que dar um tempo para seguir na leitura porque tudo era simplesmente demais pra mim. Os últimos capítulos do livro são lindos e quase - quase - me fizeram esquecer os pontos negativos que tinha encontrado antes. Só posso dizer que esse final acabou comigo, mas também me deu um certo orgulho da estória. 

Divergente é uma distopia incrível, disso não há dúvidas. A Veronica Roth escreve muito bem e criou uma premissa incrível que foi muito bem trabalhada em seus dois primeiros volumes. Mas, sim, Convergente me decepcionou, foi inferior ao que eu esperava e inferior ao que a série merecia, mas esse final fraco não consegue apanhar o mérito e a força da série como um todo. Ainda é uma das minha distopias favoritas.
Mas agora quero saber se eu preciso de algo mais, se realmente preciso dessas palavras: “Audácia”, “Erudição”, “Divergente”, “Convergente” ou se podemos ser apenas amigos ou namorados ou irmãos, definidos apenas pelas escolhas que fazemos e do amor e da lealdade que nos une.
Eu me apaixonei por ele. Mas não estou com ele por omissão, como se não houvesse mais ninguém disponível para mim. Estou com ele porque eu o escolho, a cada dia que acordo, a cada dia que nós brigamos ou mentimos ou decepcionamos um ao outro. Eu o escolho uma e outra vez, e ele me escolhe.
Suponho que um fogo que queima tão brilhante não é feito para durar.

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